Quantcast
Channel: Cosmética em Foco
Viewing all 568 articles
Browse latest View live

Aqua

$
0
0

INCI Name: Aqua
Nome português: Água
CAS Number: 7732-18-5
Funções: Solvente

Descrição

Água desmineralizada ou deionizada é a água que passou por processo de remoção dos sais minerais destinada aos processos industriais para a fabricação de cosméticos.

Propriedades

Cada empresa deve definir claramente as especificações físico-químicas e microbiológicas da água utilizada na fabricação dos produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, devendo atender no mínimo aos padrões microbiológicos de potabilidade.

Usos e aplicações

A água é utilizada na grande maioria dos produtos cosméticos em grande quantidade. Então trata-se do ingrediente mais importante da indústria cosmética.

O post Aqua apareceu primeiro em Cosmética em Foco.


Behenamidopropyl Dimethylamine

$
0
0

INCI Name: BEHENAMIDOPROPYL DIMETHYLAMINE
Nome português: Berrenamidopropil Dimetilamina
CAS Number: 60270-33-9
Funções: Antiestático, Emulsionante
Aspecto: Pastilhas brancas a amareladas
Ponto de fusão: 80°C

Descrição

Amidoaminas são obtidas pela conversão da dimetilaminopropilamina (DMAPA) com um acido graxo. Podem ser usadas tanto como tensoativo não-iônico (pH neutro e básico) ou na forma catiônica (pH ácido).

Propriedades

É fácil de incorporar nas formulações pela neutralização com um ácido mineral ou orgânico como ácido hidroclórico ou ácido fosfórico, ácido acético, ácido málico, ácido succínico, ácido lático, ácido glutâmico e ácido cítrico, por exemplo. Com ácidos minerais, as viscosidades são mais baixas. Os ácidos orgânicos que oferecem melhor performance de condicionamento são ácido lático, ácido succínico e ácido málico.

Usos e aplicações

Utilizado com agente condicionante em condicionadores capilares e shampoo na forma neutralizada. Como tensoativo não iônico e agente protetor da cor na forma não neutralizada, empregado em tintura capilar.

Compatibilidade

De modo geral, as amidoaminas são mais compatíveis com tensoativos aniônicos que outros sais quaternários. Em produtos neutralizados com ácido cítrico, a fórmula tendo a ser instável acima de pH 3,0.

Origem

Derivado de origem vegetal

O post Behenamidopropyl Dimethylamine apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Benzoic Acid

$
0
0

INCI Name: Benzoic Acid
Nome português: Ácido Benzóico
CAS Number: 65-85-0
Funções: Agente de Volume, Mascarante, Conservante
Aspecto: Pó branco fino ou agulhas brancas (needles). Solúvel em água e etanol.
Restrições: Brasil e União Europeia: Produtos enxaguáveis, exceto oral care concentração máxima 2,5%. Produtos oral care concentração máxima 1,7%. Produtos não enxaguáveis concentração máxima 0,5%. Proibido em sistemas pulverizáveis (como aerossóis e sprays) quando a concentração for maior que 0,5%.
Coeficiente de partição Coeficiente de partição O/A: 1,9

Descrição

Agente bacteriostático e fungistático de amplo espectro de ação, agindo contra bactérias e fungos.

Propriedades

A atividade antimicrobiana é potencializada em pH abaixo de 5,0. A célula do microrganismo absorve o ácido benzóico e quando o pH intracelular diminui para 5,0 ou menos, ele inibe significativamente o metabolismo da glicose e a produção de ATP.

Usos e aplicações

Usado como conservante, principalmente em sistemas aniônicos.

Compatibilidade

Estável em pH baixo. Perda de atividade na presença de proteínas e glicerol. Incompatível com tensoativos não-iônicos, compostos quaternários e gelatina; apresenta reações com ácido dehidroacético e avobenzona.

Origem

Natural

O post Benzoic Acid apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Desodorantes e Antitranspirantes

$
0
0

Neste texto, compilamos e atualizamos muito do que foi publicado no Cosmética em Foco nos últimos anos sobre desodorantes e antitranspirantes. A começar por uma explicação sucinta sobre o suor e o motivo pelo qual temos mau odor corporal quando suamos. Depois apresento os principais mecanismos de combate ao suor e ao mau odor (o temido CC). Por fim, apresento os principais ingredientes utilizados nesse tipo de produto. Boa leitura!

Em 2009 foram vendidos R$ 21,6 bilhões em produtos cosméticos, sendo 9,3% desse mercado representado pelos desodorantes, uma importante classe da higiene pessoal que hoje é parte das preocupações diárias das pessoas em todo o mundo. Em 2016, o Brasil era o segundo maior mercado mundial em desodorantes.

Mesmo que existam relatos do uso de fragrâncias desde o Egito Antigo e o Império Romano, esses produtos só foram introduzidos no mercado no início do século XX, quando a transpiração e o odor corporal passaram a ser considerados inconvenientes (se você se interessa, leia mais nesse texto aqui sobre a história da cosmetologia).

O suor

O suor tem uma importante função fisiológica de manter a temperatura corporal próxima a 37ºC, além de manter a elasticidade e hidratação da pele. Pois foi justamente a habilidade de transpirar até 1,8 litros por hora que permitiu ao ser humano adaptar-se a diferentes climas.

para abaixar a temperatura do corpo após exercícios, o corpo produz suor
a função do suor é manter a temperatura corporal.
Foto: kues / Freepik.com

O suor é um líquido isotônico de pH entre 4 e 6,8 produzido pelas glândulas sudoríparas. Ele é secretado para a superfície cutânea para reduzir o pH da pele para prevenir o crescimento bacteriano. A perda mínima na transpiração é de 0,5 litros e no máximo de 10 litros, sendo que os homens suam mais que as mulheres.

As glândulas sudoríparas, localizadas abaixo da epiderme, são classificadas como apócrinas e écrinas.

As glândulas écrinas distribuem-se por toda a pele, especialmente nas palmas das mãos, solas dos pés, axilas e testa, mas não estão presentes nas membranas mucosas. Estão sob controle térmico e são inervadas por fibras nervosas do sistema simpático colinérgico. São elas as responsáveis pela formação do suor aquoso que mantém a temperatura corporal e impede a hipertermia. O fluido que secretam é desencadeado por estímulos térmicos ou psíquicos e contém cloreto, ácido láctico, ácidos graxos, uréia, glicoproteínas e mucopolissacarídeos.

As glândulas apócrinas são grandes e seus ductos se abrem para os folículos pilosos. Elas estão presentes nas axilas, aréolas mamilares e região anogenital. Tornam-se ativas na puberdade e produzem uma secreção leitosa, inodora e rica em proteínas e material orgânico. Estão sob o controle de fibras nervosas simpáticas adrenérgicas e seu estímulo principal é hormonal.

Curiosidade: o correto é suando ou soando?
Muita gente fala e escreve errado, achando que soar e suar são a mesma coisa. Então, qual o verbo correto para se referir à transpiração: suar ou soar? A resposta é bem simples. Suar (com u) é quando transpiramos para manter a temperatura do corpo equilibrada. Já soar (com o) é o mesmo que ecoar, repercutir, produzir som. Por isso há uma frase fácil para quem quer se lembrar de sempre falar e escrever certo: o sino da igreja soa, seu corpo sua.

Por que o suor fede

Inicialmente o suor não apresenta odor, ou seja, é inodoro.  Mas é a partir da ação de bactérias, naturalmente presentes na pele, sobre os componentes suor apócrino que são produzidas as substâncias fétidas. O mau odor varia de pessoa para pessoa, mas as substâncias responsáveis pelo odor são iguais para todos: os ácidos isovalérico, acético, láctico, propiônico, butírico, caproico e caprílico.

É comum se referir ao mau odor como CC, abreviação para a expressão “cheiro de corpo”, muito usada no início do século XX. Período em que os primeiros produtos começaram a ser comercializados com o fim específico de controlar o odor corporal. Algumas campanhas publicitárias da época diziam que ter cheiro de corpo não era mais desculpa para fala de higiene.

Como prevenir o mau odor derivado do suor

Então, a essa altura todos já formularam hipóteses de como combater o mau odor oriundo da transpiração. Conforme a imagem abaixo, existem três maneiras principais de se obter esse resultado:

  1. controlar a transpiração;
  2. controlar a proliferação de bactérias; e
  3. mascarar ou reduzir o odor formado.
Como o mau odor é formado a partir do suor e mecanismos de controle do mau odor.
Como o mau odor é formado a partir do suor e mecanismos de controle do mau odor.

Os desodorantes

São classificados pela RDC Nº 211/05 como produtos de grau de risco 1. E segundo o Decreto Nº 79094/1977: “são destinados a combater os odores da transpiração, podendo ser coloridos e perfumados, apresentados em formas e veículos apropriados.”

Eles evitam a formação do odor ou mascaram/eliminam o odor formado. Por isso são compostos por antibacterianos que inibem o desenvolvimento de bactérias na região.

Principais ativos: Etanol (no máximo 60%) e Triclosan (no máximo 0,3%).

Outros componentes: EDTA Tetrassódico, BHT e Bicarbonato de sódio/potássio.

Os antitranspirantes

São considerados produtos de grau de risco 2, portanto é necessária comprovação de suas atividades junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O mesmo Decreto Nº 79094/1977 descreve os antitranspirantes como “produtos destinados a inibir ou diminuir a transpiração, podendo ser coloridos e/ou perfumados, apresentados em formas de veículos apropriados, bem como associados a desodorantes.”

Eles reduzem a secreção das glândulas sudoríparas écrinas e apócrinas ao bloquearem os ductos de passagem do líquido para o meio externo.

Principais ativos: complexos de alumínio e zircônio (Aluminum Zirconium Tetrachlorohydrate), cloreto de alumínio (Aluminum Chloride), cloridróxido de alumínio (Aluminum Chlorohydrate), dicloridrato de alumínio (Aluminum Dichlorohydrate) e sesquicloridrato de alumínio (Aluminum Sesquichlorohydrate). Verificar na RDC 03/2012 (e suas atualizações) os percentuais máximos permitidos desses sais. Podem ser associados a ingredientes desodorantes e outros aditivos que melhorem ou corroborem com sua ação.

Atenção
Se não for sair de casa, dê preferência aos desodorantes, pois são mais baratos e menos passíveis de causar reações de hipersensibilidade e alergias. Exceto aos indivíduos sensíveis ao álcool no caso dos desodorantes alcoólicos.

Porque desodorantes causam manchas

As manchas nas axilas são causadas por resíduos das formulações e predisposição do indivíduo. Basta suspender o uso que elas somem. Não há a menor necessidade de se utilizar produtos clareadores da pele, principalmente se for sem o consentimento de seu dermatologista. Também há evidências de que a alimentação esteja de alguma forma relacionada, como o consumo excessivo de alho, por exemplo.

desodorantes podem causar manchas em roupas
desodorantes podem causar manchas em roupas?
Foto: nadtytok / FreeDigitalPhotos.net

As maiores reclamações são da ocorrência de manchas nas roupas brancas, bem como alteração na cor dos tecidos. A coloração amarelada observada no tecido branco aparece por conta da presença de ferro no ativo antitranspirante, na água utilizada ou mesmo no suor do indivíduo. Assim, resíduos do produto ficam impregnados no tecido. Então ao passar a roupa com o ferro de passar, as altas temperaturas promovem a decomposição dos resíduos da formulação e deixam a característica mancha amarelada nas roupas brancas e as manchas brancas nas roupas coloridas.

O ideal é lavar bem a região das axilas nas roupas antes de colocá-las na máquina e usar o ferro de passar mais brando ou aqueles aparelhos de vapor usados para passar roupas. Lembre-se também que há diferentes composições disponíveis como aerosol, cremes, loções, roll-on, sprays, enfim, descubra a que melhor se adapta às suas necessidades e a tendência de manchar ou não a pele ou as roupas.

Um pouco mais sobre o alumínio e seus derivados

O alumínio é um dos elementos químicos mais presentes na natureza. Diz-se que é o terceiro elemento mais comum na Terra. Apesar disso, a toxicidade da exposição frequente às diversas fontes de alumínio ainda é desconhecida.

O cloreto de alumínio (Aluminum Chloride) foi o primeiro ativo antitranspirante utilizado com boa eficácia. No entanto, tem o inconveniente de causar irritação da pele, manchas e danos aos tecidos, devido ao pH das soluções aquosas desta substância.

O cloridrato de alumínio ou cloridróxido de alumínio surgiram para minimizar os inconvenientes do cloreto de alumínio. Suas soluções apresentam pH mais próximo ao da pele e provocam menos danos aos tecidos. O sesquicloridróxido de alumínio (Aluminum Sesquichlorohydrate) também apresenta baixo grau de irritação, sendo portanto indicado para produtos hipoalergênicos, bem como o dicloridrato de alumínio (Aluminum Dichlorohydrate).

Os complexos de cloridrato de alumínio e zircônio tamponados são também mais eficazes e menos irritantes que o cloreto de alumínio. Os cloridrato de alumínio e zircônio ativados, por sua vez, são ainda mais eficazes.Aos formuladores, mais uma vez, cabe a consulta à RDC 03/2012 para prever os limites e usos permitidos para cada ativo antitranspirante e, eventualmente, os desodorantes.

O mecanismo de ação dos antitranspirantes é a difusão do sal pelo ducto sudoríparo que após a lenta neutralização da solução ácida de sal metálico, produz um gel ou complexo mucopolissacarídeo. Esta obstrução impede a saída do suor e permanece até que a queratina afetada seja substituída pelos processos normais de renovação celular. Não existem evidências de danos permanentes às glândulas sudoríparas, principalmente porque a transpiração normal recomeça logo após a suspensão do uso do produto.

Efeitos adversos no uso de antitranspirantes

Eventualmente, o uso diário de antitranspirantes pode irritar a pele, provocando sensações de queimadura e ardor. O início da irritação pode acontecer imediatamente ou após dias ou semanas de uso. No entanto, já se observa melhora em até três dias após a suspensão do uso e remoção total do produto irritante da pele. Na dúvida, consulte sempre seu médico.

Toxicologia

Nascimento e colaboradores, pontuaram que a absorção por inalação de cosméticos, como os antitranspirantes aerosol, pode elevar a taxa deste metal no soro, ossos e urina. Ainda não foi possível concluir se o alumínio é absorvido no pulmão ou no trato gastrointestinal, pois os estudos ainda não isolaram esse tipo de exposição. Vários são os efeitos associados à inalação do alumínio, por isso é importante proceder a aplicação de aerosóis conforme a recomendação dos fabricantes de antitranspirantes de “aplicar a uma distância mínima de 15cm da axila” e “proteger a boca e as narinas para evitar a inalação do produto”. Segundo eles, Exley, em um estudo publicado em 1998, critica a alegação de que o alumínio em antiperspirantes possa afetar a saúde humana.

Os pulmões, o trato gastrointestinal e a pele são as principais barreiras ante a entrada de alumínio no organismo. O que é absorvido pelo organismo, rapidamente é excretado pelos rins. Portanto, a exposição a níveis normais de alumínio não representa risco para os indivíduos saudáveis.

aplicando desodorante em stick
Complexos com glicina não podem ser usados em aerosol.
Foto: Ambro / FreeDigitalPhotos.net

Os complexos AZG (alumínio-zircônio-glicina)

O AZG é obtido pela reação do cloridrato de alumínio com cloreto de zircônio. Esta reação, em presença do aminoácido glicina leva à obtenção dos complexos ZAG. Estes ativos antitranspirantes foram desenvolvidos especialmente para formulações anidras, ou seja, que não contém água e apresentam maior redução na sudorese quando comparados ao cloridrato de alumínio. A nomenclatura internacional dessa classe de antitranspirantes apresenta quatro tipo: Aluminum Zirconium Tetrachlorohydrex GLY, Aluminum Zirconium Trichlorohydrex GLY, Aluminum Zirconium pentachlorohydrex GLY e Aluminum Zirconium octachlorohydrex GLY.

A concentração máxima permitida é de 20% de alumínio e de zircônio anidro e 5,4% de zircônio. Além disso, a relação entre o número de átomos de alumínio e de zircônio deve estar compreendida entre 2 e 10. Bem como a relação entre a soma dos átomos de alumínio e zircônio e o número de átomos de cloro deve estar compreendida entre 0,9 e 2,1. Eles não são permitidos em aerossóis e sprays.

Outros ativos para controlar o suor nas axilas

Ao efetuar uma busca rápida por outros ativos que auxiliem no controle do suor (e mau odor) das axilas, encontrei várias alternativas sem alumínio e me deparei com uma triste realidade brasileira: a variedade é quase zero. Muitos dos produtos os quais verifiquei a composição em duas farmácias no Rio de Janeiro ainda utilizavam o cloridrato de alumínio (aluminum chlorohydrate), o sesquicloridrato de alumínio (aluminum sesquichlorohydrate) e os mais caros utilizam um AZG (Aluminum Zirconium Trichlorohydrex GLY).

Encontrei na literatura científica, relatos do ingrediente octylacrylamide/acrylate copolymer. Ele formaria um filme oclusivo que impediria a passagem do suor e diminuiria a irritação cutânea. Então seu uso seria recomendado também para produtos pós-depilação (tanto das axilas quanto no restante do corpo).

Mas, como toda busca tem um resultado, segue abaixo uma tabela com algumas alternativas para formular produtos com apelo natural.

Alternativas para controlar o odor das axilas em produtos naturais ou orgânicos

Modo de ação Ingredientes funcionais
Mascarar odor Fragrâncias óleos essenciais, vanilina, mentol.
Eliminar o odor Argilas (caulim, bentonita), amido de milho, araruta, bicarbonato de sódio, fermento de saccharomyces (enzimas).
Prevenir o odor (antimicrobianos, bacteriostáticos) Óleos essenciais antimicrobianos (melaleuca, capim-limão, orégano, satureja, menta piperita)e componentes de fragrância (terpinen-4-ol, isoeugenol, hinoquitiol);
Extratos de plantas (musgo de carvalho, humulus, hammamelis);
Sais metálicos (alúmen, sais de zinco);
Derivados de ácidos graxos láurico, cáprico, caprílico e undecinênico;
Ésteres hidrolisáveis (citrato de trietila e salicilato de benzila).

Algumas matérias-primas disponíveis como alternativa no controle do odor sem ação antitranspirante

Ingrediente Descrição
Amiderm ER (Alban Muller) INCI: Glycerin (and) Water (aqua) (and) Hamamelis Virginiana (Witch Hazel) Bark Leaf Extract (and) Quercus Infectoria (Oak) Gail Extract (and) Arginine (and) Leucine
Complexo que protege contra irritação inflamatória e previne o dor desagradável associado à transpiração. Estabiliza o pH natural da pele.
Hydagen C.A.T (Basf) INCI: Triethyl citrate
Utilizado como um desodorante não microbicida em sabonetes e desodorantes stick de pH alcalino.
Hydagen DCMF (Basf) INCI: Chitosan
Usado em Skin Care como agente desodorante, possui atividade antimicrobiana e previne a produção excessiva de substâncias formadoras de odor.
Tegodeo HY 77 (Evonik) INCI: Zinc Ricinoleate (and) Triethanolamine (and) Dipropylene Glycol (and) Lactic Acid
Utilizado em desodorantes por oferecer boas propriedades desodorizantes.
Tegodeo PY 88 (Evonik) INCI: Zinc Ricinoleate
Utilizado em desodorantes por oferecer boas propriedades desodorizantes.

Referências

Alumínio. Acessado em 20/06/2010.
ABIHPEC. Dados de mercado 2009-2010. Acesso em 30/05/2010.
ABIHPEC. Panorama do setor 2009-2010. Acesso em 30/05/2010.
Abihpec. Panorama do setor 2017. Acesso 25/03/2018.
Cosmetics & Toiletries magazine, Vol. 127, n.2, February, 2012, p.94-99.
SCHREIBER, Jörg. Antiperspirants. In: BAREL, AO; Paye, M; MAIBACH, HI. Handbook of Cosmetic Science and Technology. 3rd Ed. New York: Informa Healthcare, 2009. p.632-3.
NASCIMENTO, Ludmila Pinheiro; RAFFIN, Renata Platcheck; GUTERRES, Sílvia Stanisçuaski. Aspectos atuais sobre a segurança no uso de produtos antitranspirantes contendo derivados de alumínio. Infarma, v.16, n.7-8, 2004.
RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia Aplicada a Dermoestética. 2ª Edição. São Paulo: Pharmabooks, 2010.
Tannin pH Stabilization Against Odors and Irritation from Alban Muller. Acesso em 29 ago 2013.

O post Desodorantes e Antitranspirantes apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Cetearyl Alcohol

$
0
0

INCI Name: Cetearyl Alcohol
Nome português: Álcool Cetoestearílico
CAS Number: 67762-27-0; 8005-44-5
Funções: Emoliente, Emulsificante, Estabilizante, Impulsionador de Espuma, Opacificante, Regulador de Viscosidade
Aspecto: Flocos ou pastilhas brancas, odor característico suave.
Ponto de fusão: 55 a 60°C
HLB: 15,5

Descrição

Agente espessante para todos os fins. O álcool cetoestearílico é uma mistura dos ácidos graxos cetearílico (C16) e estearílico (C18), obtidos pela hidrogenação catalítica dos triglicerídeos obtidos a partir dos óleos de coco e óleo de palma.

Propriedades

Emoliente e espessante de fase oleosa, melhorador de viscosidade.

Usos e aplicações

Concentração usual 0,5 a 10%. Esta matéria-prima deve ser fundida na fase quente da fórmula. Mais comumente utilizada em condicionadores e outros produtos pós-shampoo, loções, cremes e produtos de maquiagem. Também em produtos sem água como batons.

Compatibilidade

Não aquecer acima de 90°C, pois pode afetar o aspecto final do produto.

Solubilidade

Não é solúvel em água. Parcialmente solúvel em álcool.

Origem

Vegetal

O post Cetearyl Alcohol apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Hydroxyethylcellulose

$
0
0

INCI Name: HYDROXYETHYLCELLULOSE
Nome português: Hidroxietilcelulose
CAS Number: 9004-62-0
Funções: Ligante; Estabilizador de emulsão; Formador de filme; Estabilizante; Regulador de viscosidade.
Aspecto: Pó inodoro de cor levemente marrom.
pH: pH de 6 a 8,5 solução a 2%.

Descrição

Polímero solúvel em água, especialmente modificado, não iônico obtido da reação de óxido de etileno com celulose alcalina. Solúvel em água fria ou quente, fornece soluções cristalinas de viscosidade variável. Também é solúvel em até 60% de etanol.

Propriedades

Espessa a fase aquosa de shampoos, condicionadores, pasta de dente e todos os tipos de emulsões. Muitas vezes usado como estabilizador de espuma e anti-aglomerante.

Usos e aplicações

Uso recomendado: 0,5 a 3% em condicionadores, loções, cremes, sabonete líquido.

Compatibilidade

Estável em ampla faixa de pH de 3 a 10.

Origem

Vegetal.

O post Hydroxyethylcellulose apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Paraffinum Liquidum

$
0
0

INCI Name: PARAFFINUM LIQUIDUM (MINERAL OIL)
Nome português: Óleo mineral
CAS Number: 8012-95-1; 8042-47-5
Funções: Antiestático, Emoliente, Protetor da pele, Solvente
Aspecto: Liquido transparente oleoso

Descrição

É um óleo mineral de petróleo altamente refinado, constituído pela combinação de hidrocarbonetos obtidos pelo tratamento intensivo de uma fração de petróleo com ácido sulfúrico, hidrogenação ou uma combinação de ambos. Consiste de hidrocarbonetos saturados de cadeia longa predominantemente entre 15 e 50 átomos de carbono.

Propriedades

O óleo mineral é um emoliente eficaz com excelente sensorial na pele e cabelos. Adequado para todos os tipos de produtos cosméticos, de cuidados com a pele, cuidados com o sol, produtos de banho, cuidados com o cabelo e cosméticos coloridos. Não possui incompatibilidades conhecidas. O óleo mineral não induz ou promove acne, não é comedogênico.

Usos e aplicações

Pode ser adicionado à fase oleosa de 1 a 100% em diversas preparações cosméticas como produtos para cuidados da pele (skin care), cuidados com o cabelo (hair care), fotoprotetores e produtos de cuidados com o sol (sun care), além de maquiagens e cosméticos coloridos (color cosmetics and make up).

Origem

Ingrediente de origem natural, obtido a partir do petróleo. Não possui origem animal.

O post Paraffinum Liquidum apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Polyquaternium-7

$
0
0

INCI Name: POLYQUATERNIUM-7
Nome português: Poliquatérnio 7
CAS Number: 26590-05-6
Funções: Antiestático, Formador de filme
Aspecto: Líquido incolor viscoso com fraco odor característico
pH: 3,5 a 4,5

Descrição

Polyquaternium-7 é um sal polimérico quaternário de acrilamida e cloreto de dimetil dialilamônio (DMDA). É um copolímero acrílico hidrossolúvel desenvolvido para ter boa compatibilidade com sistemas aniônicos. Baixo resíduo de acrilamida. É um líquido contendo de 5 a 10% de polímero ativo.

Propriedades

Suas propriedades antiestáticas tornam o Polyquaternium-7 um bom agende condicionante para diversos tipos de produtos. Ele proporciona sensação lisa e aveludada, melhorando deslizamento e hidratação em produtos para a pele e os cabelos. Melhora a penteabilidade a úmido e o desembaraço do cabelo. Deixa a espuma mais cremosa em shampoos e sabonetes líquidos e shower gel. Não causa build-up.

Usos e aplicações

Pode ser adicionado diretamente às fórmulas em percentuais de 2 a 10% tal qual. É mais utilizado em shampoos, condicionadores, leave-in, sprays e mousses capilares.

Compatibilidade

Compatível com tensoativos aniônicos, catiônicos, anfóteros e não iônicos.

Origem

Sintético.

Restrições

Brasil: RDC 03/2012, Adendo II, número de ordem 87.
União Europeia: EC 1223/2009, Anexo III, número de referência 66.

Opiniões SCCS

0011/98 – Opinion concerning Acrylamide Residues in Cosmetics http://ec.europa.eu/health/ph_risk/committees/sccp/docshtml/sccp_out95_en.htm

O post Polyquaternium-7 apareceu primeiro em Cosmética em Foco.


Comunicando a beleza nos vídeos sociais

$
0
0

Um quiosque num shopping center ou uma propaganda na TV aberta, embora ainda funcionem, aparentemente não são a estratégia de comunicação que atinge o maior público. Pelo menos não nos países de língua inglesa. Um relatório elaborado pela Pixability revela que vídeos sociais sobre produtos cosméticos e de higiene pessoal atraíram um total de 219 bilhões de visualizações somente no YouTube, um fenômeno que vem crescendo em torno de 60%, de ano a ano, desde 2011. É como se cada pessoa na Terra tivesse assistido ao menos 31 vídeos de beleza, desde que a rede social fora criada em 2005. Quantos você já assistiu hoje?

O estudo coletou dados públicos em cinco redes sociais (YouTube, Facebook, Instagram, Twitter e Snapchat), por meio de um software próprio, que analisa visualizações, comentários e reações aos vídeos publicados. Foram incluídos canais globais com conteúdo em língua inglesa, e refinou-se para garantir a inclusão de 314 marcas globais de beleza identificadas em relatórios anteriores. O estudo não contemplou conteúdo de canais em outras línguas, ou de marcas que não estejam presentes nos EUA ou na Europa.

vídeos são uma ferramenta prática e acessível de comunicação com o consumidor, especialmente no setor de beleza
Assistir vídeos em redes sociais tem se tornado um hábito cada vez mais comum entre nós
Foto: jimbophoto / FreeDigitalPhotos.net

Em resumo, alguns dos achados mais interessantes da pesquisa foram que 60% da população interessada nesses vídeos de beleza e higiene têm entre 18 e 34 anos, e 32% entre 35 e 54 anos, sendo que 84% são do sexo feminino. Em número de visualizações, as grandes marcas detêm apenas 2% e 26% do que se refere a produtos cosméticos e de higiene, respectivamente. Isso sugere que a maioria do conteúdo é produzida e divulgada por terceiros, como ‘digital influencers’ e consumidores. De fato, os chamados ‘beauty influencers’ atraem 3 vezes mais visualizações e recebem 9 vezes mais reações (curtidas, comentários e compartilhamentos) que as grandes marcas.

Surpreendentemente, os vídeos mais assistidos têm duração entre 5-10 min (46%), seguido por vídeos de 2-5 min (27%), mais de 10 min (11%) e de 16 a 30 segundos (7%). O que faz sentido, já que em 2016, 68,5% da audiência procurava alguma forma de vídeo tutorial, o que normalmente requer mais tempo de gravação. Em 2017, os vídeos tutorias (34%) dividiram o número de visualizações com campanhas de grandes marcas (17%) e conteúdo para inspirar aquele ‘look’ ou estilo (15%)! É fato que as redes sociais oferecem oportunidades únicas de comunicação com os consumidores, pois atingem audiências com comportamentos e preferências distintos. Às vezes, não-tradicionais, como os vídeos destinados ao público masculino, transgênero e gênero não-conforme, cujas visualizações cresceram 807% entre 2015 e 2016.

Se a sua marca ainda não tem, está mais do que na hora de investir em um profissional, time ou estratégia de influência digital!

 

Referências:

PIXABILITY. Standing out: how beauty and personal care brands can make an impact with social video. 2017. Acesso em 26 Fev., 2018.

 

O post Comunicando a beleza nos vídeos sociais apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

História dos cosméticos da Antiguidade ao século XXI

$
0
0

Desta vez vamos falar um pouco da História dos Cosméticos! Afinal, é muito importante para nós que atuamos na área cosmética entender como os cuidados com a beleza evoluíram até assumirem o formato que conhecemos hoje! Na verdade, a história dos cosméticos forma uma narrativa paralela à história da humanidade, evoluindo junto a ela, conforme ilustrado na linha do tempo apresentada. Este texto é uma reprodução atualizada de um excerto da minha tese.

Desde os tempos pré-históricos (por volta do ano 30.000 a.C.) que se relatam as práticas de adorno e camuflagem da pele e dos cabelos. Nesta época, as pessoas limitavam-se a colorir o corpo como uma forma de proteger-se ou de intimidar seus inimigos, sejam eles outros humanos ou animais.

Na história dos cosméticos a pintura corporal é uma das formas mais antigas de expressão.
A pintura corporal é uma das formas de expressão mais antigas, em diferentes civilizações.

Com a formação das primeiras civilizações (por volta do ano 3.000 a.C.), os rituais de beleza foram difundidos a partir dos primeiros egípcios, indianos e orientais, que desenvolveram cosméticos e práticas similares. Os verdadeiros cuidados cosméticos começavam a emergir.

No Egito Antigo (de 3.000 a.C. a 200 d.C.), entre os conhecimentos transmitidos de geração para geração, citam-se o uso do mel, do leite e de farelos vegetais para fazer pastas; bem como o emprego de gorduras animais e vegetais ou de cera de abelhas para fazer cremes para a pele. Homens, mulheres e crianças usavam uma espécie de maquiagem para se proteger dos raios do sol. O uso de óleos perfumados e de essências como tomilho, olíbano, cânfora e mirra também era bastante difundido (leia nesse texto um pouco da história da perfumaria). A prática de tingir o cabelo já fora relatada desde este período.

Na Grécia e na Roma Antigas (por volta do ano 200 d.C.), os homens frequentavam casas de banho elaboradas e as mulheres cuidavam da beleza em casa. Algumas das fragrâncias extraídas nesta época eram provenientes do anis, da pimenta, do alecrim, da sálvia e da hortelã-pimenta. O leite de jumenta era usado para manter a tez fresca e a massa de pão úmida servia como máscara noturna. O material graxo da lã de ovelha (precursor da lanolina!) também tinha suas aplicações nos cuidados de beleza.

Particularmente entre os romanos, são relatados o uso de chumbo branco (ainda bem que evoluímos neste aspecto!) e pó de giz para embranquecer a pele, assim como de manteiga e farinha de cevada para tratar a acne. Nesta época, o médico Galeno contribuiu com a cosmetologia ao desenvolver uma pomada refrescante conhecida como “ceratum refrigerans”, precursora do “cold cream”, a qual consistia na incorporação do máximo possível de água de rosas em uma mistura (1:4) de cera de abelha e óleo de oliva.

Quando a Europa entrou na chamada Idade das Trevas (do século V ao X), os cuidados cosméticos foram deixados de lado naquela região, sendo apenas disseminados por aqueles que viajavam entre a Europa e os países do Oriente (China, Japão, Índia etc.). A Índia e os países árabes acumularam a maior parte do desenvolvimento científico da época, mas a evolução do conhecimento em cosmetologia foi incipiente. Os cuidados com a higiene eram extensamente praticados por esses povos, se comparados aos europeus. No Oriente, por exemplo, a pasta de amêndoas substituía os sabões na ocasião do banho. Além disso, os métodos de destilação foram aprimorados, de modo que se obteve novas drogas e ingredientes. O médico Avicena se especializou na destilação de essências de flores. A cosmetologia acompanhava o desenvolvimento da medicina.

No entanto, no século XI, o Império Islâmico começou a declinar e sua influência esmaeceu. O conhecimento e a ciência voltaram a brilhar na Europa, especialmente na França, na Itália e na Espanha, que se beneficiaram dos trabalhos desenvolvido pelos árabes. A compreensão sobre o preparo e a identificação de fármacos evoluíra e, a primeira farmacopeia fora autenticada, isto é, a obra Nicolae Antidotarium.

A evolução da tecnologia de cosméticos da Antiguidade à Revolução Industrial.

Na Era da Renascença (entre os séculos XIII e XVI), a Europa voltou a ser um ponto focal da civilização. O comércio, as viagens e as Cruzadas entre a Europa e o Oriente, e por consequência a troca cultural, eram bastante intensos. Alguns dos materiais trazidos do Oriente foram os corantes naturais, o óxido de zinco, o óleo de rícino, a salsaparrilha, a terebintina, o enxofre e também o açúcar, que na época era caro e usado apenas como medicamento. Neste período, o tratamento para a acne consistia em cobri-la por uma hora com enxofre e terebintina em pó e, depois cobrir com manteiga fresca. E para se obter cabelos da cor de fios de ouro, aplicava-se um composto de alúmen, enxofre e mel e expunham-se os cabelos ao sol por algumas horas. Na cidade de Montpellier na França, que abrigava algumas das mais renomadas escolas europeias, Henri de Mondeville descrevia tratamentos para queimaduras, pomadas, sabões e tintas para cobrir os efeitos da idade e também propunha a separação entre os tratamentos para doenças da pele e os cosméticos para o embelezamento.

Na Era Elisabetana (século XVI), o uso dos cosméticos disseminou-se pelas cortes e aristocracias europeias. Os hábitos dos reis e rainhas eram cobiçados e, eventualmente, popularizados. As perucas ganharam alta popularidade neste período, visto que muitas pessoas da realeza estragaram seus cabelos naturais testando diferentes composições químicas para descolorir ou cachear. Um creme de primavera (Primula veris) usado pela rainha Elisabete logo se tornou artigo de moda. A este creme se atribuía os efeitos de preservar, embelezar e clarear a pele, bem como de remover ou impedir o surgimento de rugas. Assim, aos poucos, a cosmetologia se afastava da medicina.

Nos séculos XVII e XVIII, a maioria dos cosméticos ainda era feita em casa, pois os sabões industrializados eram muito caros devido aos impostos. Neste período, a descoberta de novos compostos e o isolamento de novos elementos favoreceram os estudos da química inorgânica. Os óleos essenciais eram melhor compreendidos e novos processos industrias para tinturas, gorduras e sabões passaram a ser utilizados na produção de cosméticos. Entretanto, a composição dos cremes e loções não mudara muito, consistindo basicamente em banha de porco, sebo, cera branca e amarela e óleos essenciais. Diversos países introduziram leis para controlar o uso dos venenos conhecidos depois que, na Itália, uma mulher chamada Teofânia dirigiu uma escola para ensinar mulheres a preparar loções contendo arsênico. Tais preparados, além de clarear a pele, também eliminavam pessoas indesejadas (o arsênico envenenava os usuários – como os desprevenidos e indesejados maridos dessas esposas!). Episódios como este na Itália impulsionaram o interesse pela toxicologia, de modo que ela se consagrou como um ramo da ciência. A propaganda de produtos cosméticos em jornais e revistas também começava a ser discretamente praticada.

Cosméticos após a revolução industrial

A história dos cosméticos forma uma narrativa paralela à história da humanidade, evoluindo junto a ela, conforme ilustrado na linha do tempo apresentada.

Os cosméticos ganharam mais popularidade a partir do século XIX.

No século XIX, a evolução industrial trouxe novas matérias-primas para a fabricação de cosméticos mais variados e mais baratos, por exemplo: ureia, ácido benzóico, soda, glicerina, peróxido de hidrogênio, óleo mineral refinado, vaselina, talco etc. O trabalho de Thomas Graham sobre colóides e emulsões publicado em 1861 e a descoberta do bórax em 1856 permitiram a obtenção dos verdadeiros “cold creams”, mais estáveis que o unguento de Galeno 1. Por outro lado, este período denominado de Era Vitoriana na Inglaterra, trouxe mais conservadorismo para os países anglo-americanos. Enquanto na França as mulheres usavam maquiagem livremente e a fabricação de cosméticos foi rapidamente desenvolvida, na Inglaterra e nos EUA, o preconceito com esses produtos só cessou após a I Guerra Mundial.

No século XX, a fisiologia da pele e dos cabelos passou a ser mais bem estudada. Por volta de 1920, pesquisas básicas começaram a ser realizadas para melhor compreender os efeitos do ato de barbear e de aparar os pelos. Em 1928, foi vendido nos EUA o primeiro protetor solar industrializado, contendo como ingredientes ativos o cinamato de benzila e o salicilato de benzila. Os grandes nomes da indústria cosmética no século XX estavam estabelecendo-se, principalmente nos EUA. Personalidades como Helena Rubinstein, Elizabeth Arden, Cheesebrough-Ponds, Charles Revson (Révlon), Max Factor, Procter e Gamble, Roger e Gallet tornaram-se referências.

Além disso, no período entre as Guerras Mundiais, a indústria cosmética floresceu nos EUA, apesar de se acreditar que os perfumes e cosméticos franceses eram os melhores. A disponibilidade de matérias-primas era uma grande vantagem na América do Norte e muitas empresas europeias migraram para lá. Como o mercado cosmético representava um grande volume de vendas, a purificação e a adaptação para o uso humano de ingredientes descobertos em outras indústrias fora economicamente viável (por exemplo, os silicones). Com a fabricação em larga-escala de cremes, loções e outros produtos a base de água, os problemas de estabilidade e de segurança emergiram. Em consequência, os principais mercados formularam suas legislações voltadas a regulamentar os cosméticos, como o Federal Food, Drug and Cosmetics Act em 1938, nos EUA, ou a EC Cosmetics Directive em 1976, na União Europeia.

Contemporaneamente, diversos ingredientes ativos têm surgido e se estabelecido no mercado cosmético, o que possibilitou inclusive a distinção dos cosmecêuticos. Por exemplo, o uso de alfa-hidróxiácidos (AHAs) a partir de 1992, como esfoliantes químicos e redutores de sinais do envelhecimento. Ou também o uso de enzimas, vitaminas e antioxidantes, carreados ou não em sistemas especiais como os lipossomas, as ciclodextrinas, as nanopartículas e alguns polímeros. Ainda, numa abordagem menos tradicional, há os nutricosméticos, que se originaram na França em 1995, após um estudo caracterizar que os licopenos e betacarotenos consumidos oralmente migram para as camadas externas da pele, onde oferecem proteção contra os raios solares. Outros autores também citam como tendência a certificação de produtos orgânicos e os ingredientes obtidos por processos biotecnológicos. Novos materiais surgem de tempos em tempos, como os grafenos, que eventualmente poderão ser úteis também na indústria da beleza.

Mais do que a tecnologia, é interessante notar o impacto de fatores políticos e sociais sobre a indústria cosmética, como a busca por métodos de ensaio de eficácia e segurança alternativos ao uso de animais; assim como a busca por produtos que sejam mais verdes, mais naturais, mais orgânicos, Halal, Kosher, entre outras certificações.

Enfim, percebe-se que houve um salto na evolução tecnológica, especialmente no século XX. Agora, resta-nos observar o que ainda está por vir e tentar compreender como a sociedade vai encarar a indústria da beleza nas próximas gerações…

História da cosmetologia da modernidade ao século XXI
A evolução da tecnologia de cosméticos
Fonte: Souza, 2015.

Referências:

1. BUTLER, H. (Ed.). Poucher’s perfumes, cosmetics and soaps. 10th. ed. Dordrecht: Kluwer Academic Publishers, 2000. Cap. 2.

2. FISHMAN, H. M. Cosmetics, Past, Present, Future. In: SCHLOSSMAN, M. L. (Ed.). The chemistry and manufacture of cosmetics. 4th. ed. Vol. 1. Carol Stream, IL: Allured Books, 2009. Cap. 1.

3. MIGUEL, L. M. Tendências do uso de produtos naturais nas indústrias de cosméticos da França. Revista Geográfica de América Central, v. 2, n. 47E, p. 1-15, 2011.

4. WANG, H. D.; CHEN, C.; HUYNH, P.; CHANG, J. Exploring the potential of using algae in cosmetics. Bioresource Technology, v. 184, p. 355-362, maio 2015.

5. SOUZA, I. D. S. Prospecção no setor cosmético de cuidados com a pele: inovação e visão nas micro, pequenas e médias empresas. 2015. 459f. Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2015.

O post História dos cosméticos da Antiguidade ao século XXI apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Mecanismos de hidratação da pele

$
0
0

A pele, o maior órgão do corpo humano, ocupa uma área média de 2m2, sendo responsável pela proteção do organismo contra a penetração de microrganismos e substâncias químicas do ambiente externo. A pele também é responsável por evitar a perda excessiva de água – que levaria o ser humano à desidratação. Por isso a importância de se conhecer os mecanismos de hidratação da pele para manter este tecido íntegro e hidratado, ou seja, saudável.

Durante a vida, qualquer indivíduo pode apresentar ressecamento da pele, cientificamente conhecido como xerose. Um fenômeno naturalmente revertido, mas que dependendo do fator causador pode persistir e dificultar a restauração da homeostasia, o equilíbrio natural do organismo.

Alguns fatores que podem causar o ressecamento da pele são: fatores genéticos, fatores ambientais (umidade, radiação ultravioleta), fatores comportamentais (fumo e bebida alcoólica), estresse, idade, sexo, solventes orgânicos, detergentes, doenças (psoríase, ictiose, dermatite) e medicamentos (isotretinoína).

Esse texto trata da hidratação da pele e os mecanismos para manter a hidratação da pele. Beber água não é a única alternativa, aliás, se você acha que somente água é suficiente para manter seu corpo hidratado, leia esse texto sobre nutrientes que hidratam a pele.

A pele normal versus pele ressecada

Numa pele normal as células da camada córnea são liberadas para o ambiente de forma individual e imperceptível. Já na pele ressecada essa esfoliação ocorre na forma de blocos de células visíveis. A falta de água faz com que os filamentos que unem as células mais superficiais não sejam dissolvidos, gerando o espessamento da camada córnea e aspecto de “escamas de peixe” e até mesmo rachaduras.

micrografia eletrônica da pele seca
(A) Macrografia de luz visível da pele seca na porção inferior da perna mostrando a descamação (aproximação 10x). (B)Micrografia eletrônica de varredura da fita de carbono aplicada à pele seca da porção inferior da perna, mostrando o desarranjo e o empacotamento de corneócitos (aproximação de 500x).
Fonte: Rawling et al., 2005.

Uma pele saudável depende do equilíbrio da renovação celular cutânea e do seu grau de hidratação (leia mais sobre o fator natural de hidratação). O conteúdo de água na pele depende de quatro processos principais: a ligação da água no estrato córneo, as propriedades da barreira do estrato córneo, o gradiente de água na pele e a eficiência no transporte epidermal. Produtos que visam hidratar o estrato córneo geralmente procuram agir nos três primeiros processos. Veremos melhor esses mecanismos mais adiante.

A importância dos lipídeos e proteínas na hidratação da pele

Para entender mais sobre o mecanismo de proteção à desidratação é necessário conhecer os constituintes deste sistema de barreira: os corneócitos, a matriz lipídica intercelular e os corneodesmossomas.

Os corneócitos são células (queratinócitos) da epiderme que se diferenciam formando feixes empacotados de queratina contidos num envelope proteico.

A manutenção da quantidade de água na pele se deve a presença de lipídeos secretados pelas glândulas sebáceas, que quando distribuídos sobre a camada córnea formam um filme lipofílico (rico em ácidos graxos, triglicerídeos, esqualeno e ceras) que dificulta a evaporação da água. É o que garante a propriedade de barreira da pele, que impede a perda de água do interior e a entrada de qualquer partícula exógena.

Estes lipídeos respondem por 11% da composição da camada córnea e são formados principalmente por ceramidas (40%), ácidos graxos (20%) e colesterol (25%). Também estão presentes sulfato de colesterol, fosfolipídeos e glicoceramidas.

Os lipídeos organizam-se na forma de lamelas que unem os corneócitos. As lamelas apresentam-se como duas camadas espessas de lipídeos, formando uma estrutura cristalina, separadas por uma camada central de lipídeos estreita e fluida.

lamelas lipídicas na pele normal
Representação esquemática da organização dos lipídeos intercorneocitários.
Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 2010; p.79

Como a espessura da camada córnea pode interferir no equilíbrio e na hidratação da pele, os corneodesmossomas são fundamentais para manter essa espessura, pois mantém os corneócitos coesos.

Corneodesmossomas são complexos de proteína nos envelopes dos corneócitos. Eles precisam estar íntegros para manter a hidratação, mas durante o processo de renovação celular suas ligações peptídicas são quebradas pelas enzimas proteolíticas. A atividade destas enzimas depende (adivinha?!) da presença de água na camada córnea. Quanto maior for o espessamento da camada córnea, menor será a quantidade de água e, portanto, menor a atividade enzimática. Esse processo gera um círculo vicioso que fará aumentar cada vez a espessura da camada córnea, diminuirá cada vez mais a ação das enzimas proteolíticas, maior espessura da camada córnea, menor atividade das enzimas proteolíticas, resultando em uma pele muito espessa e com rachaduras.

Manter a água na pele é a melhor forma de hidratação da pele

A quantidade de água na camada córnea corresponde a 20 a 30% de todos os constituintes dessa camada. Em uma pele em situação normal de hidratação, 5% são de água fortemente ligada, 40% são de água fracamente ligada e 55% são de água livre.

Para aumentar a hidratação da camada córnea, junta-se aos lipídeos intercorneocitários o fator natural de hidratação, ou natural moisturizing factor (NMF). O NMF é um complexo de agentes lipossolúveis e agentes higroscópicos naturais que corresponde a 30% deste estrato epidérmico. Ele é formado pela degradação das proteínas intracelulares localizadas nos grânulos de querato-hialina dos queratinócitos da camada granular, associados a outros componentes umectantes da pele, como aminoácidos (40%); ácido pirrolidocarboxílico (12%); lactato (12%); ureia (7%); cloretos (6%); sódio (5%); potássio (4%); ácido lático, ácido urocânico, glucosamina e creatinina (1,5%); fosfato (0,5%). A função principal do NMF é reter a água fracamente ligada que está disponível na camada córnea por meio da atração osmótica das substâncias presentes.

A reposição de água endógena é facilitada pelas aquaporinas, proteínas transmembranares que formam canais para o transporte de água e pequenas moléculas solúveis como o glicerol, por exemplo. Há diversas formas de aquaporinas, mas a aquaporina 3 (AQP3 ou aquagliceroproteína) está presente nos queratinócitos basais e suprabasais da epiderme, mas ausente nas células da camada córnea na superfície cutânea. Ou seja, as aquaporinas são muito funcionais nas camadas intermediárias e mais profundas da pele enquanto à camada córnea cabe a nobre função de impedir que a pele desidrate.

Mecanismos da hidratação da pele

Os produtos cosméticos que visam reverter o processo de desidratação cutânea podem agir sobre os mecanismos de oclusão, umectação, hidratação ativa (ou umectação ativa), recomposição de lamelas da camada córnea e indução da formação de aquaporinas 3.

Oclusão

Cosméticos que agem por oclusão formam um filme graxo superficial que impede a perda de água, a chamada perda transepidermal de água. A água fica retida entre o filme lipofílico (cosmético) e a camada córnea. Quanto mais semelhança houver entre a substância lipofílica e os componentes da secreção sebácea, melhor será o resultado. Dentre os ativos que atuam por oclusão estão os óleos vegetais, ricos em triglicerídeos de ácidos graxos insaturados; as manteigas vegetais, ricas em triglicerídeos, porém, com maior teor de ácido graxo insaturado; e o óleo mineral (paraffinum liquidum) e petrolato (petrolatum).

Perda Transepidermal de Água
A perda transepidermal de água (transepidermal water loss – TEWL) é a quantidade de água que evapora passivamente através da pele para o ambiente externo devido ao gradiente de pressão do vapor de água em ambos os lados da barreira da pele. A mensuração da TEWL é usada para caracterizar a função de barreira da pele.
mecanismo de oclusão na hidratação da pele
Representação esquemática da oclusão sobre a camada córnea.
Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 2010; p.83.

A oclusão pode ter consequências significativas no aumento da permeabilidade da pele, desenvolvimento de irritação e de crescimento microbiano. Experimentos mostraram que a oclusão extrema da pele com um filme plástico impermeável não induziu a dermatite após uma semana de observação, em duas semanas de oclusão foi moderadamente nocivo; em três semanas de oclusão causou dermatite induzida por hidratação.

Umectação

A função de um hidratante por umectação, ou umectante, é reter água, seja ela proveniente da formulação, da atmosfera ou da água perdida da camada córnea.

mecanismo de umectacao na hidratação da pele
Representação esquemática do mecanismo de um hidratante umectante.
Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 2010; p.86.

Umectantes presentes em formulações do tipo O/A possuem um efeito mais imediato enquanto formulações do tipo A/O possuem um efeito mais prolongado. Alguns agentes que possuem a propriedade de umectação são os hidrolisados de proteína animal ou vegetal, como a queratina; os polissacarídeos, como o ácido hialurônico e os derivados de algas ricos em mucilagem; além de vários glicóis, como a glicerina e o sorbitol, por terem a capacidade de formar pontes de hidrogênio.

Com exceção dos glicóis, que podem ou não permear a camada córnea, os demais umectantes, devido ao seu alto peso molecular, permanecem apenas na superfície da pele, onde formam um filme hidrofílico.

Hidratação ativa ou umectação ativa

Um ativo de hidratação ativa permeia a camada córnea e liga-se às moléculas de água desta região, diminuindo a perda transepidermal em toda a sua extensão.

mecanismo de umectação ativa na hidratação da pele
Representação esquemática da ação de uma substância de hidratação ativa.
Fonte: Adaptado de RIBEIRO, 2010; p.83.

Reparação da barreira

Promover a reparação da barreira intercorneócitos é o intuito de alguns ativos naturalmente presentes nas lamelas da camada córnea, que em formulações para pele seca restabelecem as propriedades biomecânicas, resultando em re-hidratação cutânea.

Esses ativos podem apresentar componentes lamelares (lipídeos naturais) individuais, como a ceramida, ácidos graxos livres e colesterol, ou apresentar uma associação equilibrada destes lipídeos. Um outro ingrediente de grande ação de reparação da barreira é a lanolina – uma mistura natural e complexa de ésteres, álcoois e ácidos graxos muito similares aos lipídeos da pele humana – que forma estruturas multilamelares na camada córnea.

A reconstituição da barreira, quando utilizado um único lipídeo ao invés de uma composição complexa, pode resultar na formação de lamelas intercorneocitárias defeituosas. Por isso, a mistura dos lipídeos em proporções adequadas seria mais eficaz para a reparação da estrutura da barreira e redução da perda de água transepidermal.

 

Referências

COSTA, C. K.; OLIVEIRA, A. B.; ZANIN, S. M. W.; MIGUEL, M. D. Um estudo da pele seca: produtos emulsionados para seu tratamento e busca de sensorial agradável para uso contínuo. Visão Acadêmica, Curitiba, v.5, n.2, 2004.

FLUHR, Joachim; HOLLERAN, Walter M.; BERARDESCA, Enzo. Clinical Effects of Emollients on Skin In: Leyden, J.J., Rawlings, A. V. Skin Moisturization. Marcel Dekker Inc., p.223-244, 2002.

LEONARDI, Gislaine Ricci. Cosmetologia aplicada. São Paulo: Medfarma, 2004.

MICHNIAK-KOHN, Bozena B.; WERTZ, Philip W.; MEIDAN, Victor; AL-KHALILI, Mohammad. Skin: physiology and penetration pathways. In: Delivery system handbook for personal care and cosmetic products – technology, applications and formulations. Willian Andrew, Inc., Norwich, 2005.

RAWLINGS, A. V., MATTS, P. J. Stratum corneum at the molecular level: an update in relation to dry skin cycle. J. Invest. Dermatol., v.124. p.1099-1110, 2005.

RIBEIRO, Cláudio. Cosmetologia aplicada a dermoestética. 2 ed. São Paulo: Pharmabooks, 2010. Cap.2, p.17-42.

ROBERTS, Michael S.; BOUWSTRA, Joke; PIROT, Fabrice; FALSON, Françoise. Skin hydration – a key determinant in topical absortion. In: Dermatologic, cosmeceutic and cosmetic development – therapeutic and novel. New York: Informa Healthcare USA, 2008.

O post Mecanismos de hidratação da pele apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

2º Congresso de Inovação da Indústria de HPPC 2018

$
0
0

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), por meio de sua área de Inovação e Tecnologia (ITEHPEC), estará promovendo o 2º Congresso de Inovação da Indústria de HPPC nos dias 8 e 9 de maio, em São Paulo.

2 congresso de inovação da indústria de HPPC

Um dos principais pilares para o Congresso é a nova realidade da Pesquisa & Desenvolvimento (P&D) da indústria 4.0 na era digital, que traz à tona questões como a automação, velocidade, aceleração dos processos de desenvolvimento e um novo patamar da competitividade.  

Uma grande novidade deste ano são os Desafios ITEHPEC. Serão três desafios da cadeia de HPPC que terão soluções desenvolvidas durante os dois dias do Congresso por equipes de especialistas, mostrando na prática como acelerar o processo de inovação nas empresas. Os desafios são:

  • Modelos preditivos para acelerar processo de inovação – redução timing de testes
  • Uso de embalagens cosméticas em 2nd life
  • Customização em massa de cosméticos

As soluções para os DESAFIOS ITEHPEC serão apresentadas no segundo dia do Congresso e avaliadas por uma banca de examinadores. O resultado dos melhores trabalhos será anunciado no final do Congresso.

No dia 09 de maio, haverá a palestra do nosso Diretor de Conteúdo, Gustavo Boaventura com o tema: Categorias Emergentes que impactarão a cosmética tradicional. Ele vai abordar alguns movimentos sociais de impacto na indústria cosmética em médio e longo prazo. Como observar o ambiente e inovar em um mercado tão dinâmico como o nosso.

Clique aqui para conferir a programação completa e realizar a inscrição.

O post 2º Congresso de Inovação da Indústria de HPPC 2018 apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Leia o Rótulo: Dove Nutritive Solutions Condicionador Nutrição Óleo-Micelar

$
0
0

Dove Nutritive Solutions Condicionador Nutrição Óleo-Micelar

Apelos no rótulo:

Cabelo extremamente frágil e seco

Nutre o cabelo desde a primeira lavagem1

Conteúdo: 200mL ou 400mL

Textos do contra-rótulo:

Inspirado no poder nutritivo dos óleos e na suavidade da água micelar. Uma combinação perfeita de nutrição e leveza. A nova linha Dove Nutrição Óleo-Micelar, com Óleo Micelar, limpa suavemente, nutre para proteger e fortalecer a fibra capilar sem deixar o cabelo pesado.

Seu cabelo da maneira que você gosta, desde a primeira lavagem, mais forte desde a raiz, brilhante e suave até as pontas1.

1 com o uso de shampoo e condicionador Dove Nutrição Óleo-Micelar comparado com shampoo sem ingredientes condicionantes.

Modo de usar: Após o uso do shampoo, aplique sobre todo o comprimento dos fios, até as pontas. Deixe agir por um minuto e enxágue. Use toda a linha Dove Nutrição Óleo-Micelar para potencializar os resultados.

Composição:

Aqua, Cetearyl Alcohol, Dimethicone, Glycerin, Behentrimonium Chloride, Parfum, Stearamidopropyl Dimethylamine, Amodimethicone, Gluconolactone, Trehalose, Disodium EDTA, Argania Spinosa Kernel Oil, Sodium Sulfate, Cocos Nucifera Oil, Prunus Amygdalus Dulcis Oil, CI 19140, Methylchloroisothiazolinone, CI 17200, Methylisothiazolinone, Simmondsia Chinnensis Seed Oil, Persea Gratissima Oil, Vitis Vinifera Seed Oil, Prunus Armeniaca Kernel Oil, CI 42090, Alpha-Isomethyl Ionone, Benzyl Salicylate, Butylphenyl Methylpropional, Citronellol, Coumarin, Limonene, Linalool, Lactic Acid, Potassium Chloride.

Produzido por:

Unilever Brasil Industrial Ltda.

Av. das Indústrias, 315 – Vinhedo – São Paulo – Brasil

CNPJ 01.615.814/0064-87

O post Leia o Rótulo: Dove Nutritive Solutions Condicionador Nutrição Óleo-Micelar apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Leia o Rótulo: Dove Nutritive Solutions Shampoo Nutrição Óleo-Micelar

$
0
0

Dove Nutritive Solutions Shampoo Nutrição Óleo-Micelar

Apelos no rótulo:

Cabelo extremamente frágil e seco

Nutre o cabelo desde a primeira lavagem1

Conteúdo: 200mL ou 400mL

Textos do contra-rótulo:

Inspirado no poder nutritivo dos óleos e na suavidade da água micelar. Uma combinação perfeita de nutrição e leveza. A nova linha Dove Nutrição Óleo-Micelar, com Óleo Micelar, limpa suavemente, nutre para proteger e fortalecer a fibra capilar sem deixar o cabelo pesado.

Seu cabelo da maneira que você gosta, desde a primeira lavagem, mais forte desde a raiz, brilhante e suave até as pontas1.

1 com o uso de shampoo e condicionador Dove Nutrição Óleo-Micelar comparado com shampoo sem ingredientes condicionantes.

Modo de usar: Massageie sobre os cabelos molhados e enxágue. Aplicar novamente se necessário. Use toda a linha Dove Nutrição Óleo-Micelar para potencializar os resultados.

Composição:

Aqua, Sodium Laureth Sulfate, Cocamidopropyl Betaine, Glycerin, Dimethiconol, Parfum, Gluconolactone, Guar Hydroxyptopyltrimonium Chloride, Coceth-7, PPG-1-PEG-9 Lauryl Glycol Ether, Sodium Sulfate, Trehalose, PEG-40 Hydrogenated Castor Oil, DMDM Hydantoin, Disodium EDTA, Benzophenone-4, Cocos Nucifera Oil, Prunus Amygdalus Dulcis Oil, Argania Spinosa Kernel Oil, CI 19140, Methylchloroisothiazolinone, Methylisothiazolinone, Simmondsia Chinnensis Seed Oil, Persea Gratissima Oil, Vitis Vinifera Seed Oil, Prunus Armeniaca Kernel Oil, CI 17200, CI 42090, Alpha-Isomethyl Ionone, Benzyl Salicylate, Butylphenyl Methylpropional, Citronellol, Coumarin, Limonene, Linalool, Sodiium Chloride, Citric Acid, Sodium Hydroxide, PPG-9.

Produzido por:

Unilever Brasil Industrial Ltda.

Av. das Indústrias, 315 – Vinhedo – São Paulo – Brasil

CNPJ 01.615.814/0064-87

O post Leia o Rótulo: Dove Nutritive Solutions Shampoo Nutrição Óleo-Micelar apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Procedimentos Estéticos para Hidratação da Pele

$
0
0

Nossa pele exerce um papel fundamental na proteção de nosso corpo, pois além de atuar como barreira contra agressões mecânicas, térmicas e químicas, também é capaz de nos proteger contra agentes microbianos, radiação solar e de evitar a perda de água.

A epiderme, isto é, a camada mais superficial da nossa pele, com função hemostática (atua na cicatrização de ferimentos junto com o sistema de coagulação sanguínea) e propriedade de autorrenovação celular, requer um nível de hidratação ideal para que as células epidérmicas possam se multiplicar e se diferenciar, possibilitando que tenhamos uma pele saudável, capaz de exercer as funções citadas acima. A hidratação protege a pele da irritação, dos efeitos da poluição, do envelhecimento precoce, das infecções e, obviamente, do ressecamento.

Procedimentos estéticos podem auxiliar na manutenção da hidratação da pele
Hidratação mantém a pele saudável
Foto: Benzoix / Freepik.com

Os níveis de hidratação da pele dependem de vários fatores, incluindo:

  1. a presença de moléculas que retêm água, conhecidas como Fator Natural de Hidratação ou Natural Moisturizing Factor (NMF) junto ás células da epiderme;
  2. a presença de glicerol e ácido hialurônico endógeno como umectantes naturais da pele;
  3. o arranjo dos lipídios ou gorduras intracelulares organizados em lamelas no estrato córneo, funcionando como barreira à perda de água;
  4.  a presença de junções celulares em uma camada da epiderme, visando também impedir a perda de água e;
  5.  a presença e funcionamento das aquaporinas-3, canais presentes na membrana das células epidérmicas, responsáveis por regular o transporte de água, glicerol e ureia para a célula.

Agora que sabemos a importância de termos uma pele hidratada e quais os fatores e moléculas envolvidos na hidratação da pele, quais procedimentos estéticos existentes poderiam hidratar a nossa pele?

Skinbooster

Utilizado para promover hidratação profunda da pele, é um procedimento estético que consiste na injeção de ácido hialurônico sem reticulação, diretamente na epiderme e derme superficial. Pequenas quantidades de ácido hialurônico são injetadas com agulha na região a ser tratada, a qual pode ser a face (principalmente linhas finas ao redor dos lábios e dos olhos), mãos, colo ou pescoço. O tratamento completo consiste em três aplicações com intervalos de 30 dias entre estas aplicações, e deve ser realizado por profissional de saúde habilitado. Após estas primeiras aplicações, o efeito pode ser mantido com aplicações a cada seis meses.

o ácido hialurônico não reticulado, ou de baixo peso molecular, quando injetado retém água na pele
Hidratação profunda com ácido hialurônico injetável
Foto: Nikitabuida / Freepik.com

O ácido hialurônico utilizado neste procedimento pode ter concentração variável de 18 a 22 mg/mL; e ele difere do ácido hialurônico utilizado para preenchimento e volumização facial, pois não possui reticulação, ou seja, não faz crosslink com moléculas que funcionam como “garras” (como o 1,4-butanediol diglycidyl ether). A reticulação permite que a molécula permaneça intacta por mais tempo na região aplicada, evitando o deslocamento do produto.

Na epiderme, devido a sua carga negativa, o ácido hialurônico está localizado no exterior das células (matriz extracelular), onde trabalha como um transportador de nutrientes e metabólitos para os queratinócitos e melanócitos, estabelecendo interações importantes entre as células. O mesmo ocorre na derme, onde através de interações com as proteoglicanas, glicoproteínas, elastina e colágeno presentes também na matriz extracelular, exerce um papel importante na manutenção da estabilidade estrutural da pele.

O ácido hialurônico possui alta afinidade por moléculas de água, e ao transportar os nutrientes para as células da pele, também é responsável por transportar água para dentro da célula, proporcionando hidratação e um aspecto de pele mais macia e brilhante. Portanto, para o sucesso do tratamento é muito importante que o paciente beba água.

Peelings

A neutralização do pH do estrato córneo (camada mais superficial da epiderme) altera a permeabilidade e a função barreira da pele, promovendo a degradação de enzimas lipídicas e de corneodesmossomas, comprometendo também a hidratação da pele. Corneodesmossomas são complexos de proteínas presentes ao redor dos corneócitos, formados pelas proteínas desmogleína, corneodesmosina e placoglobina, responsáveis por manter a coesão dos corneócitos.

Alguns alfa e poli-hidroxiácidos são utilizados em peelings com o objetivo de promover a hidratação da pele, a qual pode ocorrer por dois mecanismos. Primeiramente, a ação esfoliante dos peelings químicos faz com que células córneas não se acumulem nas camadas superficiais da pele, tornando o estrato córneo menos espesso, pois quanto menor o espessamento da camada córnea, maior o aporte de água para a região. Outro mecanismo responsável por hidratar a pele é a hiperacidificação do estrato córneo, a qual aumenta a atividade de enzimas produtoras de lipídios e diminui a degradação dos corneodesmossomas, promovendo hidratação da pele.

A gluconolactona (INCI: Gluconolactone) é muito utilizada em peelings hidratantes por se tratar de um poli-hidroxiácido de efeito similar aos alfa-hidroxiácidos tradicionais (ex.: ácido glicólico), entretanto, não causa irritação à pele, podendo ser usada inclusive em peles sensíveis. A gluconolactona possui efeito esfoliante leve, e por apresentar diversos grupos hidroxila, é capaz de atrair água para a pele.

a gluconolactona é um poli-hidroxiácido recomendado para peles sensíveis
Molécula de gluconolactona
Foto: Cosmética em Foco

Independente do procedimento de escolha, é importante lembrar que fatores genéticos, ambientais e comportamentais (hábito de fumar e beber), estresse, idade, sexo, solventes orgânicos, detergentes, doenças (psoríase e dermatite) e o uso de determinados medicamentos influenciam na hidratação da pele. Logo, a presença ou ausência destes fatores influencia no resultado final do procedimento estético escolhido com a finalidade de hidratar a pele.

Outro procedimento estético que também pode ser utilizado com a finalidade de hidratar a pele é a intradermoterapia (aplicação de vitaminas e outras proteínas com diversas funções diretamente na derme), mas esta técnica já é assunto para outro texto… É importante ressaltar que todos estes procedimentos devem ser realizados por profissional habilitado!

Veja também como sua dieta influencia a hidratação da pele neste outro texto!

 

Referências

DRAELOS, Z. Aquaporins: An introduction to a key fator in the mechanism of skin hydratation. Clin and Aesthetic Dermatol, v. 5, p. 53-56, 2012.

LAURINO, C.; PALMIERI, B.; COACCI, A. Efficacy, Safety, and Tolerance of a New Injection Technique for High- and Low- Molecular Weight Hyaluronic Acid Hybrid Complexes. ePlasty, v. 15, p. 427-437, 2015.

HACHEM, J. P. et al. Acute Acidification of Stratum Corneum Membrane Domains Using Polyhydroxyl Acids Improves Lipid Processing and Inhibits Degradation of Corneodesmosomes. J Invest Dermatol, v. 130, n. 2, p. 500–510, 2010.

CLÁUDIO RIBEIRO. Hidratação cutânea. In: Cosmetologia Aplicada à Dermoestética. p.77-82. 2a. ed. Pharmabooks, 2010.

CLÁUDIO RIBEIRO. Esfoliação química e física da pele. In: Cosmetologia Aplicada à Dermoestética. p. 261-267. 2a. ed. Pharmabooks, 2010.

Skinbooster restylane e restylane vital. Acesso em 04/02/2018.

O post Procedimentos Estéticos para Hidratação da Pele apareceu primeiro em Cosmética em Foco.


Natura fecha parceria com o Pinterest

$
0
0

A Natura é a primeira marca brasileira a usar funcionalidade Shop The Look do Pinterest, proporcionando experiência de compra integrada entre o mundo físico e digital. Para oferecer acesso cada vez mais ágil a seus produtos e se aproximar do público jovem, a Natura fechou uma parceria com o Pinterest, rede social focada na descoberta e na coleção de imagens. Os usuários do aplicativo agora podem comprar itens das produções postadas no perfil Maquiagem Natura, transformando inspiração em realidade.

Para usar é fácil: nos pins (imagens salvas no perfil da rede social) “Shop The Look”, pontinhos brancos marcam os itens de maquiagem usados na produção. Ao clicar nesses pontos, o usuário consegue ver quais produtos foram usados e é levado para compra diretamente na loja virtual da Natura.

Natura é a primeira marca brasileira a usar o Shop The Look no Pinterest
Passo a passo Shop The Look da Natura no Pinterest.

Outra funcionalidade oferecida pela Natura em parceria com o Pinterest é o Pincode, um código personalizado que, quando escaneado através do aplicativo da rede social no celular, leva o usuário para um conteúdo exclusivo no perfil Maquiagem Natura. Os Pincodes da Natura são encontrados na revista direcionada às mais de 1,1 milhão de consultoras no Brasil e nas lojas da marca. A iniciativa busca facilitar a experiência de compra do usuário por meio da multicanalidade, tornando a Venda Por Relações cada vez mais integrada ao mundo digital.

“O consumidor busca cada vez mais ter uma experiência completa de compra, unindo a sensorialidade do mundo físico com a facilidade das compras online. O Pinterest já é fonte de inspiração para nossas clientes e temos uma presença relevante nessa rede social, que será fortalecida com essa parceria. Buscamos soluções criativas para atender aos consumidores, sempre com foco no relacionamento, que é a essência da Natura”, explica Murillo Boccia, diretor de negócios digitais da empresa.

A intenção da página da Natura na rede social é falar sobre tendências, divulgar lançamentos e produzir conteúdo informativo. Em Maquiagem Natura, estão disponíveis tutoriais, eventos, looks, campanhas e outras imagens para inspiração das usuárias.

O Pinterest é um aplicativo de imagens para encontrar ideias, como, por exemplo, inspiração para beleza e cabelo, receitas de comida, decoração para o lar etc. Mais de 200 milhões de pessoas em todo o mundo usam o Pinterest todos os meses, com 100 bilhões de ideias salvas em várias categorias.

O post Natura fecha parceria com o Pinterest apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

CFoco Responde: o que é cosmético vegano?

$
0
0

Recebemos recentemente mais um questionamento sobre cosmético vegano. Já tratamos de cosmético natural e cosmético orgânico em outros textos, mas há de fato uma dúvida recorrente sobre cosmético vegano.

 

Pergunta: Cosmético vegano não tem ingredientes de origem animal. Como escolher o melhor cosmético vegano? Não quero fazer mal aos animais, mas também não quero fazer mal para mim.

De modo geral, um cosmético vegano não contém ingredientes de origem animal e não é testado em animais. No Brasil a certificadora de cosméticos veganos é a Sociedade Vegetariana Brasileira, mas as empresas não são obrigadas a terem certificação.

cosmético vegano não contém ingrediente de origem animal
Foto: freepik.com

A grande questão é que não são conceitos complementares. Um cosmético vegano não precisa ser natural muito menos orgânico. Também não adianta apenas ler a lista de ingredientes, pois algumas vezes o mesmo ingrediente pode ser obtido de fontes animais ou vegetais, como a glicerina (glycerin), por exemplo.

Então, o melhor é comprar cosméticos de marca que você confie e, se achar necessário, entrar em contato para tirar a dúvida os produtos contém matérias-primas de origem animal ou são feitos testes em animais.

Para quem tem dúvida ou não acredita na idoneidade das marcas disponíveis, bom seria poder fazer os próprios produtos cosméticos em casa, não é mesmo?

 

Aproveite o tema para ler esse texto sobre a ISO 16128 e as definições de ingredientes naturais e orgânicos.

O post CFoco Responde: o que é cosmético vegano? apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

Qual o melhor tratamento para celulite?

$
0
0

Estudos apontam que aproximadamente 50% da população tem algum tipo de insatisfação com a sua aparência. Parte deste grupo procura por procedimentos estéticos para corrigir traços considerados indesejáveis, com o objetivo de melhorar sua autoestima, autoconfiança e, consequentemente, qualidade de vida. A busca por tratamentos cosméticos minimamente invasivos vem crescendo a cada ano. Nos Estados Unidos, observou-se crescimento de 77% nesta busca entre 2000 e 2010. No Brasil, esta busca sempre foi grande e, conforme evidencia a tendência, vem crescendo consideravelmente.

A celulite acabou por se tornar uma preocupação entre as mulheres que vivem em áreas tropicais, como o Brasil, já que há maior frequência de exposição do corpo.  Desta forma, a celulite pode gerar relevante impacto social e ser motivo de procura por tratamentos específicos.

a celulite deixa a pele com aspecto de casca de laranja
Algumas pessoas dizem que a celulite deixa a pele com aspecto de casca de laranja.
Foto: Ozan Uzel / Freeimages

Assim como estudos apontaram serem frequentes os relatos de desconforto emocional por parte de pacientes com queixas de celulite, também foi possível observar que pacientes apresentam melhora na qualidade de vida e autoestima após tratamentos. Em estudo realizado com 46 mulheres, 78,3% delas relataram que se sentem constrangidas em relação à presença de celulite, bem como obrigadas a buscar por tratamentos. Sobre esta busca por tratamentos, uma pequena parcela das pacientes (6,5%) se sente influenciada pelo parceiro, enquanto 28,3% aponta ser influenciada da mídia.

No texto anterior, o Cosmética em Foco já ressaltou que a celulite possui causas multifatoriais e não completamente conhecidas.  Na contramão das dezenas de tratamentos apontados como eficazes sem qualquer rigor científico, a ciência não reconhece que haja um tratamento eficaz e definitivo. Além disso, há ainda propostas terapêuticas baseadas em publicações de qualidade questionável. O que isso quer dizer? Que grande parte dos tratamentos popularmente conhecidos não apresenta de fato evidência científica suficiente de melhora para a celulite.  Para piorar, poucos são os grupos de pesquisa ao redor do mundo que se dedicam ao assunto. Desta forma, o conjunto de tratamentos, formulações cosméticas, atividade física e dieta podem resultar em mudanças positivas em relação a melhora de quadros de celulite, contudo é muito difícil que alguma destas alternativas ao ser adotada isolada das demais cause o efeito esperado.

Cientificamente já sabemos que tratamentos tópicos são ineficazes, embora alguns possam ser coadjuvantes aos demais. Sabemos também que, até o momento, não há tecnologia capaz de corrigir as alterações estruturais do tecido adiposo feminino e da derme profunda.

Abordaremos a seguir alguns tratamentos cientificamente avaliados quanto aos benefícios na melhora da celulite. Mas salientamos uma vez mais: apenas tratamentos multidirecionais são capazes de trazer resultados minimamente satisfatórios.

Os tratamentos para celulite

Os tratamentos para celulite descritos na literatura médica mundial estão divididos em dois grandes grupos: os não invasivos e os invasivos. Conforme citamos acima, as técnicas não invasivas tornaram-se procedimentos muito difundidos e estão crescendo rapidamente em áreas de medicina estética. Esta preferência se dá pelo fato de que a grande maioria dos métodos invasivos tem riscos inerentes e complicações como dor, inchaço, recuperação prolongada, cicatrização, hematoma ou infecção. De acordo com os dados divulgados em 2013 pela Sociedade Americana para Cirurgia Plástica Estética (American Society for Aesthetic Plastic), o risco significativo de procedimentos invasivos de contorno corporal levou ao crescimento de 521% das técnicas não invasivas a partir de 1997. Além disso, estima-se que os procedimentos não invasivos cresçam 21% ao ano.

Tratamento para celulite não invasivo sem substâncias biologicamente ativas

1) Massagem/Endermologia:

Vários métodos de massagem são descritos em trabalhos científicos. O mais popular é a drenagem linfática, devido à teoria de que alterações na drenagem linfática fisiológica estariam envolvidas na causa da celulite.

É possível que as massagens sejam realizadas manualmente ou por equipamentos que, na teoria, obtém maior rapidez e consistência (método este denominado endermologia).

Há discordâncias entre os estudos científicos quanto à eficácia deste tratamento, já que alguns estudos comparativos demonstram melhora e outros não observaram essa diferença.

2) Dispositivos baseados em luzes:

Podemos citar luz intensa pulsada (LIP) e laser.

Sobre a LIP, seu princípio consiste em estimular a formação de colágeno, o que tornaria a derme mais espessa e assim mais semelhante à derme masculina, que é menos susceptível à celulite. Cientificamente não se pode comprovar a eficácia do método nem melhora clínica da celulite, pois o único artigo científico referente à LIP disponível deixa brechas, tais como: não estudar grupo-controle nem histologia, fazer uso de uma substância ativa junto à LIP, dentre algumas outras deficiências que dificultam o entendimento sobre haver ou não melhora na celulite.

O emprego do laser isoladamente é incomum e pouco citado em artigos científicos.

É muito comum o uso de equipamentos que associam laser e LIP com outras técnicas, tais como massagem, vácuo e ultrassom. São estas as alternativas mais difundidas comercialmente, mais populares entre os pacientes e com maior número de estudos publicados. A justificativa desta junção de métodos seria a atuação simultânea contra várias causas da celulite, tais como alterações estruturais do colágeno, microcirculação e drenagem linfática. Muitos são os dispositivos disponíveis e, embora muitos sejam os estudos existentes sobre eles, as deficiências permanecem: falta de grupo controle, amostra pequena, conflito de interesse, uso fora do que é permitido por agências reguladoras, etc.

3) Radiofrequência:

Refere-se ao uso de ondas eletromagnéticas para aumentar a temperatura da pele mais profunda sem qualquer dano epidérmico ou dérmico. É válido ressaltar que não há protocolo padrão para frequência e tempo de tratamento e existem opções que vão de 1 a 24 semanas. Além disso uma temperatura mais alta, mesmo que por um período mais curto, pode ser letal para o tecido adiposo além de ser desconfortável para a paciente. O uso da técnica por oito a dez minutos com temperatura mais baixa já é capaz de proporcionar o dano pretendido às células de gordura. Estudos científicos apontaram que os resultados da técnica para tratamento de celulite foram baixos e limitados.

4) Terapia extracorpórea de ondas de choque:

Embora seu mecanismo completo ainda não esteja claro, é possível que se baseie na conversão de energia elétrica em energia mecânica. A energia criada neste processo mantém-se limitada às zonas alvo, não sendo observadas alterações significativas no tecido localizado ao redor das zonas alvo. O poder e a eficácia são afetados pela energia e frequência das ondas de choque, bem como pelo número de pulsos e os intervalos de tratamento. No tratamento da celulite, o método seria eficaz quanto à remodelação do colágeno da pele. Contudo mais estudos são necessários para que alguma conclusão mais precisa possa ser alcançada.

 

Tratamento para celulite não invasivo com substâncias biologicamente ativas

Uma vez mais, são raros os produtos tópicos disponíveis no mercado para o tratamento da celulite que dispõem de estudos científicos confiáveis.

Dentre os estudos confiáveis, os que apresentam melhores resultados (ainda que sejam discretos) são os retinóides e as metilxantinas. A Centella asiática e o Sillicium também são propagadas como eficazes, porém seus estudos ainda são escassos. Quanto à infinidade de outras substâncias divulgadas como eficazes, não há evidências científicas suficientes e os resultados são, portanto, questionáveis.

Sobre a Centella asiática, ativo bastante conhecido, ela normaliza a formação de colágeno ao nível dos fibroblastos através do controle da fixação de alguns aminoácidos. As células de gordura são soltas promovendo a liberação de gordura localizada através da penetração de enzimas lipolíticas, e consequentemente as trocas metabólicas entre a corrente sanguínea e as células do tecido adiposo se normalizam, melhorando a circulação venosa de retorno.

Uma vez que os produtos cosméticos são coadjuvantes no tratamento da celulite, eles podem atuar por três mecanismos diferentes: metabolizando a quebra de células de gordura, melhorando a drenagem através de ativadores da circulação e reestruturando o tecido lesado através de renovadores de colágeno.

Segundo alguns autores, as substâncias ativas precisam alcançar a hipoderme, onde estão as células de gordura, para que haja diminuição seletiva e bem-sucedida destas células. É por isso que muitos produtos anticelulite estão associados a promotores de permeação. Assim, eles atuam promovendo o aumento da circulação e ativando a permeabilidade da pele.

O tratamendo para celulite pode ser invasivo ou não-invasivo.
O tratamendo para celulite pode ser invasivo ou não-invasivo.
Foto: Nensuria / Freepik.

Tratamento para celulite invasivo sem substâncias biologicamente ativas

Nesta categoria, podemos citar duas intervenções cirúrgicas: a subcisão e a lipoaspiração.

Subcisão é uma técnica cirúrgica invasiva em que, com uma agulha introduzida no tecido subcutâneo, são feitos movimentos paralelos à superfície cutânea com o objetivo de romper estruturas de tecido fibroso, tecido este bastante influente nas causas da celulite. Não há evidências científicas confiáveis e existe a possibilidade de recidiva e efeitos adversos, como hiperpigmentação e eritema persistente.

Já a lipoaspiração é a técnica cirúrgica mais comum para redução do tecido adiposo, mas os resultados não são tão satisfatórios para o tratamento da celulite. Opções como a lipoescultura ultrassônica podem ser mais bem-sucedidas no tratamento da celulite, contudo os estudos sobre essa aplicação ainda são escassos.

 

Tratamento para celulite invasivo com substâncias biologicamente ativas

A mesoterapia consiste na aplicação injetável de medicações. Os métodos são muito variáveis, bem como as substâncias injetadas. Cientificamente não se pode comprovar a eficácia de nenhum deles no tratamento da celulite, embora na teoria prometam milagres.

É importante ressaltar que se corre o risco de contaminação dos produtos em uso, além de efeitos colaterais sistêmicos, uma vez que a aplicação pode não ficar restrita ao local, mas alcançar o corpo todo através da circulação.

Um exemplo bastante popular deste tipo de tratamento é a carboxiterapia, que faz uso de injeções de gás carbônico. Cientificamente não é possível atestar nem sua eficácia, nem sua segurança.

 

Afinal, qual o melhor tratamento para celulite?

Cada vez mais fica evidente que a única forma de corrigir as alterações observadas na superfície da pele será através de tecnologia capaz de atingir, com segurança, a derme profunda e o tecido adiposo superficial. O grande desafio é encontrar um método não-invasivo único para tratar celulite.  Algumas falhas metodológicas em estudos científicos existentes tornam muito difícil a obtenção de resultados confiáveis e parece não existir um método de tratamento definitivo para a celulite.  Para complicar ainda mais, um método efetivo para redução de gordura subcutânea pode não funcionar para celulite por exemplo.

A avaliação precisa dos resultados das terapias anticelulite não é fácil. Mas atualmente existem alguns métodos práticos para medir tais resultados, como imagens de ultrassom em tempo real, medição tridimensional da superfície da pele, fotografia clínica, achados histológicos, questionários pessoais, etc.

Um dos aspectos mais importantes para se avaliar qualquer que seja o método de tratamento escolhido é a satisfação da paciente. E esta satisfação raramente é alcançada, já que geralmente se esperam resultados semelhantes ao de procedimentos cirúrgicos.

É inegável que a auto estima está atrelada a conceitos sociais do que é aceitável ou não. Valendo-se a celulite de um fator genético (e, portanto, impossível de fugir!) e estando presente na maioria esmagadora de mulheres e alguns homens inclusive, por que tanto esforço para tentar ganhar uma luta na qual já começamos perdendo?

 

Referências Bibliográficas:

AFONSO, João Paulo Junqueira M. et al. Celulite: artigo de revisão. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 2, n. 3, p. 214-219, 2010.

ALIZADEH, Zahra et al. Review of the Mechanisms and Effects of Noninvasive Body Contouring Devices on Cellulite and Subcutaneous Fat. International journal of endocrinology and metabolism, v. 14, n. 4, 2016.

DE FIGUEIREDO, Samanta Gonzaga; MEJIA, Dayana Priscila Maia. O uso da cosmetologia associada à massagem modeladora no tratamento da celulite. Revista Amazônica de Saúde, v. 1, n. 1, 2016.

HEXSEL, Doris et al. Avaliação dos aspectos psicológicos, psiquiátricos e comportamentais de pacientes com celulite: estudo-piloto. Surgical & Cosmetic Dermatology, v. 4, n. 2, 2012.

O post Qual o melhor tratamento para celulite? apareceu primeiro em Cosmética em Foco.

O que é acne?

$
0
0

A acne, também conhecida como Acne vulgaris, é uma condição crônica da pele causada pela obstrução ou inflamação dos folículos pilosos e suas glândulas sebáceas associadas, que juntos recebem o nome de unidades pilossebáceas. O termo Acne vulgaris (vulgaris significa comum) foi usado pela primeira vez em 1840 e é assim denominamos esta condição até os dias atuais.

No passado, a acne era considerada uma doença infecciosa, mas hoje é reconhecida como um processo inflamatório. A acne se desenvolve a partir de uma interação complexa entre múltiplos fatores. Acredita-se que a genética desempenhe um papel importante para seu surgimento, uma vez que o número e o tamanho das glândulas sebáceas e sua atividade são heranças genéticas. A atividade das glândulas sebáceas está sob a influência de hormônios, em particular o andrógeno diidrotestosterona. Durante a adolescência, o corpo produz hormônios androgênicos, que atuam diretamente na glândula sebácea para aumentar a produção e a excreção de sebo. O aumento do sebo combinado com a hiperqueratinização folicular anormal resulta em queratinócitos que bloqueiam o ducto pilossebáceo e propiciam a formação de comedões. A colonização bacteriana com o anaeróbio Propionibacterium acnes estimula a inflamação através de vários mediadores pró-inflamatórios, incluindo as interleucinas-12 e 8 e o fator de necrose tumoral.

Acne é o processo inflamatório relacionado ao folículo sebáceo.
Foto: David Castillo Dominici / FreeDigitalPhotos.net

Por estar relacionada aos folículos sebáceos, a acne normalmente afeta áreas com maior densidade destes folículos. Isso inclui o rosto, parte superior do tórax e costas. Embora todas as faixas etárias possam ser afetadas, é um distúrbio principalmente relacionado à adolescência. Tipicamente começa por volta dos 12 a 14 anos de idade, mas tende a se manifestar mais cedo em pacientes do sexo feminino. Casos de maior gravidade acontecem entre 16 e 17 anos em mulheres e 17 e 19 anos em homens.

Pode apresentar-se como comedões não-inflamatórios, pápulas inflamatórias, pústulas, nódulos e cistos, ou uma mistura destas lesões. É possível que resulte em sintomas de sensibilidade local e eritema.

A acne é extremamente comum e propensa a afetar a maioria das pessoas em algum momento de suas vidas. Dos casos existentes, aproximadamente 20% progridem para acne grave, o que pode levar a cicatrizes permanentes. Embora a condição não seja uma ameaça à vida, ela pode causar morbidade psicológica significativa e levar a cicatrizes duradouras e a alguns casos de desfiguração facial, caso não seja tratada. O objetivo do tratamento é evitar complicações a longo prazo. A condição pode estar associada a complicações psicossociais significativas, incluindo baixa auto-estima, imagem corporal alterada, isolamento social e depressão. Estes fatores psicossociais são freqüentemente negligenciados. Porém, a acne pode ter impacto negativo severo, levando a pessoa a procurar por tratamentos psicológicos específicos.

Segundo estudos, a acne é responsável por mais de 3,5 milhões de consultas médicas por ano e afeta 80% das pessoas em alguma fase entre 11 e 30 anos de idade. Durante a adolescência, a acne é mais comum em homens. No entanto, ela também pode ocorrer em adultos, sendo então mais prevalente em mulheres.

Ilustração de mulher com acne extraída do artigo de Mahmood e Shipman, publicado no International Journal of Women's Dermatology (2017).
Foto: Extraída do artigo de Mahmood e Shipman, publicado no International Journal of Women’s Dermatology (2017). Fonte: wikimedia.

Como se forma a acne

A acne tem causas multifatoriais, mas acredita-se que o Propioniumbacterium acnes tenha um papel importante na sua inflamação. O P. acnes é uma bactéria gram-positiva, anaeróbica e que faz parte da microbiota normal da pele. Com a hiperprodução sebácea pela glândula, ocorre a proliferação dessa bactéria, favorecendo o aparecimento da acne. No final da primeira infância ocorre um aumento fisiológico na taxa de secreção sebácea, em ambos os sexos, devido ao início da produção estrogênica adrenal, sendo maior entre os homens. A partir da adolescência tem-se um decréscimo nesta secreção, acentuando-se após os 50 anos, principalmente entre as mulheres.

O P. acnes instala-se na glândula sebácea e seu metabolismo enzimático promove, por hidrólise dos triglicérideos, a liberação de ácidos graxos livres, que são substâncias irritantes e portanto atuam como quimiotáticos para as células do sistema imunológico. Indivíduos com acne possuem uma maior velocidade de secreção de sebo, levando a um aumento cumulativo dos ácidos irritantes na superfície cutânea. Quando este quadro se instala, observa-se a presença de pápulas inflamatórias, pústulas, nódulos e cistos inflamatórios, que caracterizam acne moderada a severa.

A hiperqueratinização folicular é decorrente da hiperproliferação dos queratinócitos e/ou separação inadequada dos corneócitos ductais que leva ao aparecimento de comedões (comedogênese), sendo este um dos fatores mais importantes da acne.

Por fim, a alteração na barreira epidérmica facilita a penetração de organismos e ácidos graxos pró-inflamatórios (presentes no sebo) na derme, promovendo dessa maneira infecção e inflamação.

 

Características da acne

Os comedões são o tipo básico de lesão acnéica, podendo ser abertos ou fechados. Comedões fechados são pequenos folículos obstruídos, cujo conteúdo não é exposto à superfície da pele. Comedões abertos (cravos) são pequenos folículos com aberturas dilatadas na pele. A cor preta resulta da oxidação dos detritos situados dentro do folículo.

As pápulas são pequenas elevações da pele, geralmente em cor vermelha.

As pústulas se assemelham às pápulas, mas têm uma bolsa central de pus.

Os nódulos e cistos são inchaços dolorosos maiores, geralmente com mais de 5mm de tamanho.

Podem surgir ainda outras lesões de pele, que se desenvolveram como consequência da acne. Estes incluem: cicatrizes atróficas, eritema pós-inflamatório ou hiperpigmentação e quelóides.

A acne pode ser classificada em leve, de leve a moderada, moderada e severa/grave, conforme tabela abaixo.

Avaliação da gravidade da acne Descrição da gravidade
Leve Comedões leves e abertos e poucas lesões inflamatórias
De Leve a Moderada Comedões leves/moderados com pápulas e pústulas inflamatórias ocasionais
Moderada Muitos comedões com pequenas e grandes pápulas e pústulas inflamatórias
Severa/Grave Muitos comedões e lesões inflamatórias com nódulos e cistos; evidência de cicatrização

 

Tratamentos tópicos para acne

A acne apresenta-se em diferentes idades e em diferentes severidades.

Dermatologistas têm diferentes opções para o tratamento tópico da acne. Peróxido de benzoíla, retinóides tópicos e ácido azeláico podem ser usados sozinhos ou em combinação. Os antibióticos tópicos não são recomendados como monoterapia, mas podem fazer parte do tratamento da acne quando em combinação com outros agentes, a fim de evitar a propagação de P. acnes resistentes. O papel preciso da dapsona tópica continua a ser determinado, à medida que ganhamos mais experiência com o agente, mas parece ser uma boa opção terapêutica, particularmente para mulheres adultas com acne.

No geral, os ativos tópicos são escolhidos como tratamento único para a maioria dos pacientes com acne e fazem parte do esquema terapêutico de quase todos os pacientes que apresentam essa patologia. O tratamento tópico é o suficiente para acne com comedões. Em caso de acne mais grave, o tratamento tópico pode ser combinado ao sistêmico.

Agentes contendo enxofre ou resorcinol foram utilizados especialmente na primeira parte do século 20. Ácido salicílico, um agente queratolítico, era popular durante algum tempo. Nos dias atuais, os agentes tópicos mais populares são os retinóides, o peróxido de benzoíla, ácido azeláico e antibióticos tópicos.

 

Retinóides

Agentes derivados da vitamina A. Eles corrigem a hiperqueratinização folicular anormal e inibem a formação de novos comedões. Irritação da pele e vermelhidão podem ocorrer na fase inicial do tratamento. Esses agentes tornam o estrato córneo menos espesso e podem aumentar a fotossensibilidade; os pacientes devem, portanto, receber orientação sobre proteção solar. Além disso, os retinóides podem ser irritantes quando presentes em géis à base de álcool e soluções com maior potencial de irritação. Os pacientes devem ser aconselhados a evitar sabões abrasivos e outros agentes potencialmente irritantes que traumatizem a epiderme.

A aplicação em dias alternados (especialmente no início da terapia), a redução da concentração de retinóides e as combinações com agentes menos irritantes devem ser sugeridas caso a irritação da pele se torne crítiva. Outra alternativa são os sistemas de liberação diferenciados, principalmente através da liberação controlada, que foram desenvolvidos para diminuir a irritação.

Os retinóides tópicos usados ​​para acne incluem tretinoína, adapaleno, tazaroteno e isotretinoína. Eles inibem a proliferação de queratinócitos, melhoram a diferenciação celular e, mais importante, aumentam a renovação do epitelial folicular, suprimindo a formação de microcomedões, o precursor mais precoce da lesão acneica. Os retinóides tópicos não inibem diretamente P acnes, mas criam um ambiente inóspito para a existência desta bactéria. Sua ação na produção de sebo é muito limitada em comparação com os retinóides sistêmicos.

Todos os retinoides tópicos devem ser evitados durante a gravidez.

 

Peróxido de benzoíla

É um agente bactericida com capacidade de reduzir populações de P. acnes nos folículos sebáceos, incluindo cepas resistentes a antibióticos. É útil tanto para lesões inflamatórias como não-inflamatórias, e não está associado à resistência bacteriana. É um poderoso agente antimicrobiano inespecífico. Sua natureza lipofílica permite que penetre no estrato córneo e entre no ducto pilossebáceo. É rapidamente degradado em ácido benzóico e peróxido de hidrogênio, gerando radicais livres oxidativos que resultam em morte bacteriana. Também pode agir inibindo a liberação de espécies reativas de oxigênio por neutrófilos e prevenindo a liberação de sinais de pró-inflamação que têm um papel na acne.

Este ativo também está disponível em combinação com outros tratamentos da acne com diferentes mecanismos de ação, em um esforço para aumentar a eficácia e minimizar a resistência das bactérias de antibióticos tópicos. Os efeitos colaterais incluem dermatite irritante, vermelhidão, descamação e sensação de queimação. Além disso, pode causar secura e irritação da pele, o que pode ser minimizado diminuindo a concentração para o limite de tolerância. Além disso, pode manchar roupas e cabelo, mas ainda é considerado seguro e bem aceito pelos pacientes.

O peróxido de benzoíla é utilizado em formulações tópicas nas concentrações de 2,5% – 10,0%, propiciando redução considerável de P. acnes. Pode ser utilizado uma ou duas vezes ao dia, devendo ter cuidado com a exposição solar. Sua ação em lesões inflamatórias é relatada como similar aos antibióticos tópicos, sendo ainda mais efetiva em lesões não-inflamatórias.

 

Ácido azeláico

Pode ser usado como opção de segunda escolha para acne, caso outros tratamentos tenham se mostrado inadequados ou não tolerados. Há poucos dados científicos sobre esse ácido e os resultados não são suficientemente conclusivos.

O ácido azelaico (AzA) tem ação antimicrobiana, antiinflamatória e comedolítica. A ação antibacteriana afeta diferentes microorganismos cutâneos, incluindo P acnes e S epidermidis. O ácido reduz a concentração de P acnes na superfície da pele e folículos. O mecanismo exato permanece incerto, mas sugere-se que tenha ação sobre o gradiente de pH transmembrana, inibindo principalmente a síntese protéica do microorganismo suscetível. A atividade antiinflamatória do ácido azeláico diminuindo lesões inflamatórias da acne e é atribuída ao fato de que o ácido azelaico in vitro é sequestrador de espécies reativas de oxigênio e, portanto, e capaz de inibir a geração de espécies de oxigênio por neutrófilos. Este ácido diminui o tamanho e o número de comedões, alterando a hiperqueratose folicular.

Nenhuma resistência bacteriana foi associada ao tratamento com ácido azelaico. Outro benefício do seu uso como ativo antiacne é o fato de reduzir a hiperpigmentação pós-inflamatória devido à sua atividade antitirosinase. Os efeitos colaterais do ácido azelaico incluem coceira, queimação e disestesia. As reações locais podem ser bem toleradas com o início gradual da aplicação (aplicação única diária) e a aplicação concomitante de produtos com apelo tranquilizante/calmante.

 

Antibióticos Tópicos

São freqüentemente usados ​​para sua atividade contra P. acnes. Existe risco de resistência bacteriana contra estes agentes, razão pela qual não são utilizados como monoterapia (resistência bacteriana já mencionada pelo Cosmética em Foco). Os antibióticos tópicos são geralmente combinados com retinóides ou peróxido de benzoíla. O uso tópico de antibióticos deve, se possível, ser limitado a não mais que 12 semanas.

Antibióticos tópicos são usados ​​contra acne devido às suas ações antibacterianas e antiinflamatórias, embora ofereçam benefícios limitados para o tratamento da acne com comedões. Seu efeito antimicrobiano é atribuído à inibição da síntese protéica bacteriana. Sua atividade antiinflamatória possivelmente se relaciona com a inibição da quimiotaxia de leucócitos polimorfonucleares. Os principais antimicrobianos utilizados são eritromicina e clindamicina. A tetraciclina é menos usada.

A eritromicina a 2-4% e a clindamicina a 1% estão disponíveis em várias formulações tópicas. A eritromicina parece ser o antibiótico tópico mais eficaz nas lesões inflamatórias da acne nas últimas décadas (melhora de 94% com a eritromicina, 82% para a clindamicina e 70% para a tetraciclina); no entanto, sua eficácia parece estar diminuindo em estudos mais recentes, provavelmente devido ao surgimento de bactérias resistentes a antibióticos.

Os antibióticos tópicos têm sido um dos pilares do tratamento da acne por muitas décadas, embora a resistência antibiótica do P. acnes tenha sido relatada pela primeira vez há aproximadamente 40 anos. Mais de 50% das cepas de P. acnes são relatadas como resistentes. Esta resistência parece surgir através da seleção de cepas bacterianas resistentes preexistentes ou através da aquisição de um novo fenótipo resistente. A questão da resistência aos antibióticos é mais ampla, porque outros membros do microbiota são afetados e mudanças neste ambiente podem aumentar o risco de colonização por organismos patogênicos. Além disso, o risco de infecção do trato respiratório superior em indivíduos que fazem uso de antibióticos para tratar a acne é relatado como sendo cerca de duas vezes maior que o risco apresentado por aqueles que não usam antibióticos.

O desenvolvimento de resistência bacteriana é menos provável em pacientes que são tratados com uma combinação de peróxido de benzoíla e eritromicina ou clindamicina. As diretrizes européias para o tratamento da acne sugerem que a monoterapia tópica com antibióticos não é recomendada. Combinação de antibióticos tópicos e retinoides tópicos são mais eficientes que quando usados isoladamente. Os retinoides tópicos aumentam a penetração de antibióticos na região pilossebácea, bem como aumentam as atividades anticomogênica e comedolítica. No entanto, não oferecem proteção contra o desenvolvimento de cepas bacterianas resistentes, como relatado para as combinações de peróxido de benzoíla e antibióticos.

Considerações finais

Deve-se ter em mente que, qualquer que seja o tratamento escolhido, a melhora da aparência da pele leva algum tempo, especialmente em casos mais graves de acne. Na ânsia por uma melhora imediata na aparência, pacientes optam por aplicar maquiagem sobre a acne, o que é capaz de agravar o quadro da doença.

Atualmente já existem maquiagens especialmente desenvolvidas para pacientes com acne (com composição mais voltada à ingredientes minerais), propiciando a camuflagem dos comedões e vermelhidão e consequentemente devolvendo a qualidade de vida aos pacientes até que sua pele se apresente saudável de forma natural.

Além dos tratamentos tópicos citados, sabe-se que o tratamento pode ser realizado também por via oral com antibióticos, terapias hormonais e isotretinoína, além de tratamentos à laser, mudança de hábitos alimentares e aplicação de corticoides injetáveis.

É de extrema relevância que se procure um médico dermatologista, especialista capaz de tratar a gravidade de cada caso da melhor maneira, além de fornecer acompanhamento profissional e as instruções necessárias para que o paciente consiga os melhores resultados a partir do tratamento escolhido.

 

Referências

FERREIRA, L.A.; OLIVEIRA, R.A.G. Os efeitos da camuflagem cosmética na qualidade de vida de pacientes com acne. Psicologia e Saúde em debate, v. 3, n. 2, p. 15-29, 2017.

KOSMADAKI, M.; KATSAMBAS, A. Topical treatments for acne. Clinics in dermatology, v. 35, n. 2, p. 173-178, 2017.

MAHMOOD, N. F.; SHIPMAN, A. R. The age-old problem of acne. International Journal of Women’s Dermatology, v. 3, n. 2, p. 71-76, 2017.

MAHTO, Anjali. Acne vulgaris. Medicine, v. 45, n. 6, p. 386-389, 2017.

UDA, C.F.; TIYO, R. Os princípios farmacológicos mais utilizados no tratamento tópico e sistêmico da acne. Revista Uningá Review, v. 4, n. 1, p. 7-7, 2017.

Legislação brasileira de cosméticos da Anvisa

$
0
0

Ao longo desses anos, já tratamos de diversos assuntos no Cosmética em Foco, como o mercado, ingredientes, dicas de formulação, dentre outros temas que envolvem os cosméticos. Neste artigo, apresento uma tabela com as normas que regulamentam os cosméticos no Brasil. Toda essa compilação da legislação brasileira de cosméticos da Anvisa. Para ler o texto completo do ato, basta clicar no link.

compilação da legislação brasileira de cosméticos da Anvisa
Foto: Freepik.com

Tabela da legislação brasileira de cosméticos da Anvisa

Ato Ementa Status
Portaria 295/1998 Estabelece Critérios para Inclusão, Exclusão e Alteração de Concentração de Substâncias utilizadas em Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Vigente
Portaria 296/1998 Estabelece que, para efeito de Registro ou de Alteração de Registro de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, no âmbito do Mercosul, deve ser adotada, em caráter complementar à nomenclatura original das substâncias da formulação, outras nomenclaturas. Vigente com alterações
Resolução 481/1999 Estabelece parâmetros para controle microbiológico de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes. Vigente com alterações
Resolução RDC 74/2000 Aprovar o “Programa de Capacitação de Inspetores em Boas Práticas de Fabricação e Controle para a Indústria de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes”. Vigente
Resolução RDC 79/2000 Estabelecer a definição e Classificação de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, e  com abrangência neste contexto. Vigente com alterações
Resolução RDC 13/2003 Estabelece os dizeres de rotulagem que devem constar em produtos com indicação para hipersensibilidade dentinária. Vigente
Resolução RDC 108/2005 Aprova o Regulamento Técnico para empresas que exerçam atividade de fracionamento de Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes com venda direta ao consumidor, conforme Regulamento Técnico do Anexo I. Vigente
Resolução RDC 332/2005 As empresas fabricantes e/ou importadoras de Produtos de Higiene Pessoal Cosméticos e Perfumes, instaladas no território nacional deverão implementar um Sistema de Cosmetovigilância, a partir de 31 de dezembro de 2005. Vigente
Resolução RDC 176/2006 Aprova o Regulamento Técnico “Contratação
de Terceirização para Produtos de Higiene
Pessoal, Cosméticos e Perfumes”.
Vigente
Resolução RDC 92/2008 Estabelece regras gerais para os produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes de Grau 1 e de Grau 2, quando fabricados no Brasil e destinados exclusivamente à exportação. Vigente
Resolução RDC 36/2009 Dispõe sobre a proibida exposição, a venda e a entrega ao consumo de formol ou de formaldeído (solução a 37%) em drogaria, farmácia, supermercado, armazém e empório, loja de conveniência e drugstore. Vigente
Resolução RDC 03/2012 Aprova o regulamento técnico “LISTAS DE SUBSTÂNCIAS QUE OS PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES NÃO DEVEM CONTER EXCETO NAS CONDIÇÕES E COM AS RESTRIÇÕES ESTABELECIDAS” e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 29/2012 Aprova o regulamento técnico Mercosul sobre “LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE AÇÃO CONSERVANTE PERMITIDAS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES” e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 30/2012 Aprova o regulamento técnico Mercosul sobre protetores solares em cosméticos e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 44/2012 Aprova o Regulamento Técnico Mercosul sobre “Lista de substâncias corantes permitidas para produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes” e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 15/2013 Aprova o Regulamento Técnico “LISTA DE SUBSTÂNCIAS DE USO COSMÉTICO: ACETATO DE CHUMBO, PIROGALOL, FORMALDEÍDO E PARAFORMALDEÍDO” e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 19/2013 Dispõe sobre os requisitos técnicos para concessão de registro de produtos cosméticos repelentes de insetos e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 48/2013 Aprova o Regulamento Técnico de Boas Práticas de Fabricação para Produtos de Higiene Pessoal, Cosméticos e Perfumes, e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 07/2015 Dispõe sobre os requisitos técnicos para a regularização de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes e dá outras providências. Vigente
Resolução RDC 15/2015 Dispõe sobre os requisitos técnicos para a concessão de registro de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes infantis e dá outras providências. Vigente com alterações
Resolução RDC 69/2016 Dispõe sobre o “REGULAMENTO TÉCNICO MERCOSUL SOBRE LISTA DE FILTROS ULTRAVIOLETAS PERMITIDOS PARA PRODUTOS DE HIGIENE PESSOAL, COSMÉTICOS E PERFUMES”. Vigente com alterações
Resolução RDC 83/2016 Dispõe sobre o “Regulamento Técnico MERCOSUL sobre lista de substâncias que não podem ser utilizadas em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes”. Vigente
Resolução RDC 126/2016 Dispõe sobre a definição e requisitos técnicos de cosméticos relacionados ao bronzeamento da pele e estabelece advertência de rotulagem para os Ativadores/Aceleradores de Bronzeado Vigente
Resolução RDC 131/2016 Dispõe sobre inclusão de frase de advertência na rotulagem de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes destinados aos programas governamentais vinculados ao Sistema Único de Saúde. Vigente
Resolução RDC 142/2017 Dispõe sobre a regularização de produtos de higiene pessoal descartáveis destinados ao asseio corporal, que compreendem escovas e hastes para higiene bucal, fios e fitas dentais, absorventes higiênicos descartáveis, coletores menstruais e hastes flexíveis. Vigente com alterações

 

Referência:

Anvisa.

Viewing all 568 articles
Browse latest View live